A possibilidade de vida em outros mundos merece uma atua ff lização, mesmo que o artigo “ Vida em Vênus ” tenha saído repetido em duas quinzenas seguidas (16 e 30/9). Dois outros estudos realizados posteriormente à identificação de fosfina naquela planeta, que seria de origem microbiana, indicam que as conclusões sobre a possibilidade de vida em Vênus foram precipitadas, pois refutam tal informação. Os detalhes técnicos são específicos, mas a grosso modo parece que a concentração da substância foi superestimada ou ainda que os sinais espectrais — aquilo que realmente conseguimos ver do que está no planeta — seriam indistintos de outras radiações. Os dados precisam ser muito bem analisados uma vez que é informação muito distante e não é possível a coleta in loco para confirmar. Porém, outras duas notícias astronômicas são mais razoáveis. A primeira foi a chegada em 20 de outubro da sonda Osiris-Rex ao asteroide Bennu, tocando-o e coletando amostras de solo e da poeira de sua superfície, essas sim no local.
O mapeamento de Bennu já havia sido feito e é o corpo celeste cujo detalhamento da superfície é o mais conhecido, mais até do que a própria Terra. Vale a pena visitar o site da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) para conhecer essa imagens. Na transmissão ao vivo daquele dia não foi possível visualizar o feito porque não foram colocadas câmaras nos braços e filtros que tocaram o astro, pois não era esse o objetivo e também seria um elemento a mais para comprometer a missão.| Outra notícia importante foi a confirmação de quantidades de água gi na Lua, notadamente no 8 que se chama lado iluminado. Até então, a presença de água era na forma de gelo e nas regiões escuras, que possuem temperaturas bem baixas, quase 200 graus Celsius negativos. Essa descoberta indica que a água deve estar na forma gasosa, o que levará a várias suposições e confirmações, pois a atmosfera lunar é muito rarefeita. O vapor deve estar de alguma forma aderido ao solo.
A Nasa pretende construir um base em nosso satélite, retomando o projeto de colonizá-lo e a presença de água em quantidade pode facilitar alguns dos procedimentos no futuro. Alvissareiras ou conflitantes, as notícias sobre ciência indicam a necessidade da pesquisa contínua para o estabelecimento do conhecimento. Para isso, recursos humanos e financeiros são necessários. Vivenciamos, mais uma vez, 0 ataque à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), por meio de projeto de lei do Governador que quer retirar parte substancial de seu orçamento, algo perto de 30%. Não adianta vir a público dizer que respeita a ciência para a questão da Covid-19 e propor tal disparate que destrói uma Fundação eficiente e de reconhecimento internacional. A sociedade deve se unir aos cientistas para barrar mais esse atentado institucional. 4IniCiencias (O autor é doutor em química pela Unicamp, livre-docente pela USP e pesquisador no IPBEN da UNESP- Rio Claro)