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Gazeta de Piracicaba

Controle biológico (90 notícias)

Publicado em 12 de fevereiro de 2020

Por Henrique Inglez de Souza

Foi lançado ontem, em cerimônia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalg), o projeto SparcBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control), cujo foco está no desenvolvimento de um novo modelo de manejo de controle de pragas e doenças para a agricultura brasileira.

A iniciativa selou parcerias com instituições do país e estrangeiras. Além da Esalg, encabeçam a empreitada a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a Koppert Biological Systems.O grupo deve investir R$ 40 milhões nos próximos anos em um centro de pesquisas, instalado no Departamento de Entomologia e Acarologia, da universidade.

Uma agricultura mais sustentável é o que pretende o SparcBio, e isso será trabalhado por meio de uma série de abordagens.Uma delas será redesenhar a cultura dos produtores rurais, como salienta o professor José Roberto Post ali Parra, diretor do projeto.

`` O agricultor fala: meu avô aplicava inseticida, meu pai aplicava inseticida, então, vou aplicar inseticida ”. Existe esse problema cultural, e isso é duro ”, explica. `` Mostraremos o que é controle biológico e como se faz .

” A tarefa, portanto, será reeducar. Além de produtores rurais, Parra salienta que as informações precisam chegar de forma correta a outros setores, como a mídia, e à população. Lançamento Gerhard Waller Projeto SparcBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control) foi lançado na Esalg 2 Agricultura sustentável Henrique Ingle z de Souza gazeta de Piracicaba x Professor José Roberto Post ali Parra, diretor do projeto.

`` Eu diria que há um desconhecimento total em relação a controle biológico. O pessoal não tem noção ”, afirma o professor, que é uma das autoridades brasileiras no assunto. `` Tem até gente radical que atrapalha muito. São os que dizem que controle biológico será a solução de todos os problemas.

'' O diretor do SparcBio avalia que o controle biológico vem angariando mais espaço. Porém, não substituirá completamente os agroquímicos. `` Não resolverá tudo, de uma vez. Então, esse radicalismo é ruim ”.

A técnica abraçada pelo projeto recém-lançado é quase totalidade em algumas culturas, como a da cana-de-açúcar. Entretanto, em outras, ainda está incipiente.

Um dos problemas atuais é a falta de disponibilidade de insumo biológico. Ou seja, não haveria produtos o suficiente para dar conta de uma eventual grande demanda.

`` E por aí que temos que incentivar ”, completa Parra. `` Precisamos mostrar o que é controle biológico, para que tenhamos empresas que produzam e ofertem ao agricultor quando ele quiser. ”

Bala na agulha Entre as linhas de pesquisa exploradas pelo SparcBio estão a descoberta de novos agentes biológicos de controle, o desenvolvimento de novas tecnologias e a geração de conhecimento em manejo integrado de pragas e doenças.

O centro promoverá a transferência de conhecimento para empresas e também para a sociedade. Algo como dar a vara e ensinar a pescar. Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) são algumas das parceiras brasileiras. Do exterior, participam pesquisadores de instituições como University of Minnesota e University of California (EUA), Institut National de la Recherche Agronomique/INRA (França) e University of Copenhagen (Dinamarca).

O SparcBio quer, ainda, estreitar a interação entre os estudos que desenvolve com o sistema educacional dos níveis fundamental e médio.

Investimentos Os investimentos no SparcBio virão da Fapesp, por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia, e pela Koppert. Como contrapartida, a Esalg proporcionará recursos para infraestrutura de pesquisa e custos de pessoal.

`` E um projeto inovador no Brasil, o primeiro modelo de parceria público-privada no setor de controle biológico ”, destaca o diretor industrial da Koppert, Danilo Pedrazzoli. Ele continua: `` O centro nasceu de uma demanda da própria comunidade científica no levantamento das necessidades e carências do setor investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias.'

Ainda sobre o quê inovador do projeto, Pedrazzoli ressalta que a técnica é uma alternativa nova e atrativa ao setor de proteção de cultivos. “ O Brasil tem um modelo agrícola que por muitos anos dependeu do controle químico para pragas e doenças. Isso gera problemas técnicos, como espécies resistentes. O controle biológico vem para quebrar essa resistência. ”