Na manhã de 11 de fevereiro, foi anunciada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a criação do SPARCBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control). A iniciativa é uma parceria entre a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a Koppert Biological Systems e a Esalq. Estão previstos investimentos de R$ 40 milhões nos próximos anos em um centro de pesquisas que terá como foco o desenvolvimento de um novo modelo de manejo de controle de pragas e doenças para a agricultura brasileira, mais sustentável.
Os investimentos no SPARCBio serão feitos pela Fapesp, por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia, e pela Koppert, e terão como contrapartida recursos da Esalq para infraestrutura de pesquisa e custos de pessoal.
“A Fapesp vem empreendendo esforços para promover a participação dos setores acadêmico e empresarial na transferência de conhecimento para a sociedade. Este será o 13º Centro de Pesquisa e Engenharia criado pela Fapesp e todo o estoque de conhecimento acumulado no Estado de São Paulo pode ser colocado à disposição do setor produtivo e, como neste caso, no agronegócio, o que gera a produção de bens para a sociedade”, afirma o vice-presidente da Fapesp, Ronaldo Aloise Pilli.
O centro terá como meta a transferência de conhecimento para a empresa e para a sociedade e prever, durante o desenvolvimento dos estudos, a interação com o sistema educacional, incluindo os níveis fundamental e médio.
O diretor industrial da Koppert, Danilo Pedrazzoli, também destaca que a parceria para criação do novo centro de pesquisas trará benefícios a todos os envolvidos. “A universidade ganha com royalties, o governo com impostos de produtos que vierem a ser desenvolvidos e a empresa, com o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. Vamos deixar de ser replicadores de tecnologia para sermos geradores e disseminadores”, disse.
A sede do SPARCBio fica no Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq, mas tem integração com outras universidades e instituições no Brasil e exterior. Há parcerias com instituições brasileiras como Unesp (Universidade Estadual Paulista), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Embrapa. No exterior, as parcerias são com pesquisadores de instituições como University of Minnesota e University of California, ambas dos Estados Unidos, Institut National de la Recherche Agronomique/INRA (França) e University of Copenhagen (Dinamarca).
O centro conta com a participação de diversos pesquisadores e especialistas diretamente envolvidos com o projeto e com as seguintes linhas de pesquisa: descoberta de novos agentes biológicos de controle; desenvolvimento de novas tecnologias e geração de conhecimento em manejo integrado de pragas e doenças.
Já o professor José Roberto Postali Parra, diretor do SPARCBio, ressalta a importância da difusão de conhecimento que será feita pelo centro. “O projeto tem como um dos desafios a mudança de cultura dos produtores rurais brasileiros em relação à competitividade e reprodutibilidade das tecnologias de controle biológico, na comparação com os agroquímicos. Essa quebra de paradigma só será viável com educação e difusão do conhecimento que resultem em maior aceitação dos biológicos. A proposta é desenvolver pesquisas de alto nível, atender o agricultor e desenvolver um modelo global de controle biológico para a agricultura de regiões tropicais”.
Para o diretor da Esalq, professor Durval Dourado Neto, a instalação do SPARCBio na Esalq consolida uma das missões da universidade, a de promover conhecimento e recursos para o desenvolvimento do país. “Essa parceria envolvendo agentes públicos e privados, amplia o desenvolvimento da ciência aplicada em prol de uma agricultura eficiente e atende as demandas dos mercados nacional e internacional. O envolvimento da Esalq nessa ação firma mais uma vez o município de Piracicaba como hub de inovação e empreendedorismo do agronegócio brasileiro”.