O eclipse anular do sol está previsto para este sábado (14) e poderá ser observado do Brasil. Durante o fenômeno, a lua cobrirá a maior parte do disco solar, deixando apenas um anel brilhante em sua borda.
O Observatório Nacional, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, transmitirá o eclipse em um evento virtual chamado"O Céu em sua Casa: Observação Remota", proporcionando uma opção segura para que as pessoas acompanhem o fenômeno.
A transmissão virtual começará às 11h30, no horário de Brasília, quando o eclipse anular começar na costa oeste dos Estados Unidos, e seguirá todo o seu trajeto até o final, por volta das 17h30, na costa leste do Brasil. Para saber onde o eclipse será visível, o observatório disponibiliza uma página na internet.
O doutor em Astrofísica Leonardo Almeida, professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explicou que o eclipse anular ocorre quando a Lua, vista da Terra, parece menor que o Sol no céu. Assim, a Lua não cobre completamente o disco solar, resultando em um anel luminoso ao redor dela, o que dá nome ao fenômeno de "eclipse anular".
Diferentemente de um eclipse total, em que a Lua cobre completamente o disco solar, deixando apenas a coroa solar visível, o eclipse anular ocorre quando a Lua está em seu apogeu, o ponto mais distante de sua órbita da Terra, o que a faz parecer menor e possibilita a visão do anel durante o eclipse.
Almeida explica que essa diferença se deve à órbita não circular da Lua ao redor da Terra, o que faz com que a distância entre elas varie ao longo do período de translação da Lua.
Tipos de eclipse
Existem diferentes tipos de eclipse: "Quando a Lua está mais próxima da Terra, temos um eclipse total; quando a Lua está mais distante, temos um eclipse anular. Nos dois casos, naturalmente, os discos lunar e solar devem se sobrepor completamente, caso contrário, ocorre um eclipse parcial", esclarece o astrofísico. Há também o eclipse híbrido, que ocorre quando o eclipse anular muda para um eclipse total, ou vice-versa, ao longo de seu caminho.
No entanto, o eclipse anular não será visível em todo o Brasil. Apenas em alguns estados das regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba) será possível observar o eclipse anular. Nos demais estados do país, ocorrerá um eclipse parcial devido à posição do observador em relação à linha do eclipse.
O professor Tarciro Mendes, também da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN e doutor em Física, explica que o observador precisa estar exatamente na linha da umbra, que é a região onde a sombra da Lua sobre a Terra é mais intensa, para observar o eclipse anular. "Contornando a umbra, temos a penumbra, onde os observadores sob ela podem ver um eclipse parcial. Fora da penumbra e da umbra, não é possível observar o eclipse", esclarece o físico.
No Brasil, o eclipse começará a ser visto às 14h05, na cidade de Tefé (Amazonas), e terminará às 17h55, na cidade de João Pessoa (Paraíba), considerando o evento completo, tanto anular quanto parcial. Mendes destaca que o Brasil é o país do mundo onde a anularidade, o período em que a Lua permanece totalmente dentro do disco solar, terá a maior duração, de 55 minutos e 30 segundos.
Além do Brasil, a anularidade será visível nos Estados Unidos, México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia, bem como em outras partes das Américas, do Alasca à Argentina, onde um eclipse parcial será visível.
Mendes também mencionou que o próximo eclipse anular ocorrerá em 2 de outubro de 2024, mas não será visível no Brasil, apenas no Chile e na Argentina. O próximo eclipse anular a ser observado completamente no Brasil ocorrerá em 26 de janeiro de 2028 e será visível nos estados do Amazonas, Pará e Amapá.