SÃO LUÍS - O eclipse anular do sol está previsto para este sábado (14) e poderá ser visto do Brasil. Na ocasião, a lua vai cobrir a maior parte do disco solar, deixando apenas um anel brilhante na borda. O Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai transmitir o eclipse em evento virtual O Céu em sua Casa: Observação Remota, que é uma opção para que as pessoas acompanhem o fenômeno com segurança.
A transmissão virtual terá início às 11h30 da manhã (horário de Brasília) quando o eclipse anular estiver começando na costa oeste dos Estados Unidos, e vai acompanhar todo seu percurso até que chegue ao seu final na costa leste do Brasil em torno das 17h30. Para saber onde o eclipse será visível, observatório indica uma página na internet
Além disso, o Maranhão é um dos Estados brasileiros onde será possível visualizar por completo o eclipse solar que ocorre neste sábado (14). Na capital, São Luís, e em Balsas serão montados pontos de observação gratuitos para que a população consiga observar o fenômeno.
Em São Luís, o ponto de observação será montado na Praça Maria Aragão, na tarde de sábado a partir das 14h. Durante o evento, serão disponibilizados óculos especiais para o público, que filtram a barreira física entre os raios do sol e não causam danos à visão. Além disso, telescópios também serão montados no local, para facilitar a observação do fenômeno raro.
Já em Balsas, cidade no sul do Maranhão, haverá um ponto de observação do fenômeno montado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). No município, a lua vai diminuir bastante a visibilidade do sol, entretanto, ainda sim é necessário o uso dos óculos especiais que serão distribuídos para a população.
A UFMA também fará a transmissão ao vivo, pelas redes sociais, do eclipse solar. Para assistir, basta acessar o Instagram do projeto Ilha da Ciência
Sobre o fenômeno
O eclipse solar acontece quando a Lua se alinha entre a Terra e o Sol. Devido ao tamanho da Lua, ela não cobre totalmente a superfície do sol e com isso, aparece uma sombra, que produz o "anel de fogo", que dá forma ao fenômeno.
No Maranhão, o início do eclipse está previsto para acontecer a partir das 15h08. Em São Luís, o fenômeno poderá ser visto no céu por volta das 16h37 e seu ponto máximo terá cerca de cinco minutos.
Estados do Norte e Nordeste serão privilegiados e desta vez, poderão acompanhar de forma completa o fenômeno. Segundo Antônio José Silva Oliveira, coordenador do planetário da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a próxima vez que o Maranhão deverá ser contemplado com um eclipse dessa magnitude será em 2048.
"É um fenômeno raro, quem perder o de amanhã, só vai conseguir ver um fenômeno raro, nesse patamar, aqui na região do Maranhão, somente em 2048", disse o professor.
Tipos de eclipse
“Quando a Lua está mais próxima da Terra, temos um eclipse total; quando a Lua está mais distante, temos um eclipse anular. Nos dois casos, naturalmente, os discos lunar e solar têm de se sobrepor completamente, sem o que se tem um eclipse parcial”, disse o astrofísico. Há ainda o eclipse híbrido, que ocorre quando o eclipse anular muda para um eclipse total, ou vice-versa, ao longo do caminho do eclipse.
O especialista ressalta que o eclipse no formato anular não poderá ser visto de todo o país. “Apenas em alguns estados das regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba) do Brasil o eclipse anular poderá ser visto. Nos demais estados do país, o eclipse será parcial. Isso ocorre porque a visibilidade de um eclipse depende da posição do observador em relação à linha do eclipse”, disse o astrofísico Leonardo Almeida, professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O professor Tarciro Mendes, também da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN e doutor em Física, explica que é necessário que o observador esteja exatamente sobre a linha “riscada” pela umbra, que é a região onde a sombra da Lua sobre a Terra é a mais intensa. “Contornando a umbra temos a penumbra, onde os observadores sob ela podem observar um eclipse parcial. Fora da penumbra e da umbra, não é possível observar eclipse algum”, disse.
O físico explicou que, no Brasil, o eclipse começa a ser visto às 14h05 na cidade de Tefé (Amazonas) e acaba às 17h55 na cidade de João Pessoa (Paraíba), considerando o evento completo, tanto anular quanto parcial. “O Brasil é o país do mundo onde a anularidade - período de tempo em que a Lua permanece totalmente dentro do disco solar - terá a maior duração, 55 minutos e 30 segundos”, ressaltou.
Segundo o Observatório Nacional, a anularidade será visível, além do Brasil, nos Estados Unidos, México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia. Em outras partes das Américas - do Alasca à Argentina - um eclipse parcial será visível.
Mendes lembrou que o próximo eclipse anular ocorrerá em 2 de outubro de 2024, mas não poderá ser visto do Brasil, apenas no Chile e na Argentina. “No Brasil, apenas será observado um eclipse parcial nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e uma pequena parte do Nordeste, mais especificamente no sul da Bahia”, disse. Já o próximo eclipse anular a ser observado no Brasil ocorrerá em 26 de janeiro de 2028 e só poderá ser visto completamente nos estados do Amazonas, do Pará e do Amapá.
O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível do Brasil, segundo informações do Observatório Nacional.