Usando a técnica pinhole, o eclipse solar parcial não passou batido por nós
Enquanto no Chile e na Argentina foi possível observar o Eclipse Solar Total, em algumas regiões do Brasil (e em outras partes de alguns países da América Latina) foi possível acompanhar o eclipse solar de forma parcial. O fenômeno aconteceu no dia 14 de dezembro e a Missão Exoplaneta recorreu ao uso da antiga técnica conhecida como pinhole para observar e registrar o ocorrido. Levamos a atividade para o nosso Twitter para incentivar as pessoas em casa a fazerem o mesmo e o resultado foi bastante positivo!
O que é um Eclipse Solar?
Um eclipse solar acontece quando a Lua acaba passando entre o Sol e a Terra. Quando a Lua bloqueia toda a luz do Sol chamamos de eclipse solar total e quando a Lua cobre apenas uma parte do Sol, chamamos de eclipse solar parcial. O Chile e a Argentina foram os países que estavam dentro da faixa de sombra e sendo assim, presenciaram o Eclipse Solar Total!
Já em determinadas regiões de países como Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, o eclipse solar só pode ser observado parcialmente, visto que quanto mais ao norte a possibilidade de observação diminuía. Para efeito de comparação, o estado do Rio Grande do Sul pôde presenciar a Lua ocultando entre 50% a 60% do Sol! Já em São Paulo teve cerca de 31% do Sol eclipsado e em Recife apenas 0,5% eclipsado. A porcentagem do quão o Sol ficou eclipsado refere-se a sua aparência crescente, como vou explicar adiante.
O perigo de olhar diretamente para o Sol
Sempre quando ocorrem eclipses solares é certeza que algum ser humano desavisado com seu forte ímpeto curioso, acabe olhando diretamente para o Sol a olho nu?—?tem uns avisados que olham mesmo assim… e talvez se arrependam. Mas por que não podemos olhar diretamente para o Sol? A resposta curta: porque queima a retina dos olhos, podendo causar cegueira permanente. A resposta longa como bem explica o Instituto de Visão Assed Rayes:
“O tipo e a gravidade dos danos depende do tempo de exposição direta aos raios solares, dos quais o mais perigoso é o Ultra Violeta. Olhar diretamente para o Sol pode causar danos na córnea, parte mais superficial do olho, chamada de Fotoceratite. Exposições mais longas podem causar danos na retina, a parte do olho responsável pela formação da imagem, essa lesão é a Retinopatia Solar. Quando a retina é atingida os danos podem ser irreversíveis, como pontos cegos e perda parcial ou total da visão.”
Por isso que para observar um eclipse solar existem ferramentas e métodos para se proteger: óculos especiais voltados para esse tipo de observação ou um filtro de solda elétrica número 14. Até para observar usando um celular ou telescópio você precisa de um filtro de proteção. Mas se você não tiver a disposição nenhuma dessas coisas, a ciência não te deixa na mão.
O que é pinhole? Como funciona?
O nome vem de pin-hole (orifícios);
Existem diversas formas de você fazer um pinhole e a mais famosa e antiga delas é a Câmera Pinhole. Deixo aqui duas recomendações interessantes para você aprender, como funciona e sua história: How to Make a Pinhole Camera e Pinhole history (ambos em inglês).
“Podemos usar qualquer orifício que não tenha mais do que alguns mm de largura para formar uma imagem do Sol eclipsado em uma superfície a um metro ou mais de distância.”
Ou seja, a técnica de pinhole que eu usei foi a de tapar a luz do Sol com a peneira (mas de costas pra estrela), como definiu com bom humor uma internauta:
hey julia brazolim
@JuliaBrazolim
·
Dec 14, 2020
Replying to @JuliaBrazolim
E a de agora a pouco!