Um teste inédito para detectar pacientes com mal de Chagas foi olvido pela Universidade de São Paulo e Universidade de São Paulo.
Ele permite identificar a doença em apenas alguns minutos. É parecido com o teste de gravidez vendido em farmácias.
O estudo demorou cerca de seis anos para ser concluído, e consumiu cerca de US$ 200 mil provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e dos governos espanhol e argentino.
Segundo José Franco da Silveira, chefe do departamento de microbiologia, imunologia e parasitologia da Unifesp, a empresa norte-americana Chembio já está produzindo kits de testes para paises da América Central, como Honduras, Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Panamá.
De acordo com Silveira, o desenvolvimento do teste faz parte de um programa multinacional, criado desde 1995, que envolve países da América Latina, América Central e Espanha. "A doença de Chagas no Brasil já está controlada. A maior incidência ocorre em países da América Central", diz.
O Brasil tem 1,5 milhão de pessoas infectadas com a doença. Os estados de Minas Gerais, Bahia, além das regiões Norte e Centro-Oeste são as mais afetadas no País.
Na América Latina, há cerca de 18 milhões de casos e 90 milhões de pessoas que correm o risco de contrair o mal de Chagas. "Enquanto os hemocentros de São Paulo realizam cerca de oito mil testes por mês para detectar a doença de Chagas, são feitos apenas 40 testes por mês na América Central, por falta de equipamentos", diz Silveira.
Segundo Silveira, o barbeiro pode ser combatido com o uso de insetícidas. Para o tratamento dessa doença no Brasil, há apenas o remédio Rochagam, produzido pelo laboratório Roche, e não é muito fácil de achar, diz. De acordo com a Roche, o medicamento custa R$ 15.
O teste consiste em colocar o sangue do paciente numa tira de papel. Esse papel contém antígenos (o que induz a formação de anticorpos) que identificam, por meio de um risco colorido, os anticorpos do paciente.
Segundo Silveira, o teste foi desenvolvido pela técnica de DNA recombinante. Ela consiste em isolar o DNA do protozoário Trypanosoma cruzi e identificar seus antígenos. Em seguida, o DNA do protozoário é implantado numa bactéria, que passa a produzir os antígenos semelhantes aos do protozoário. São esses antígenos que são colocados nos kits para o teste.
De acordo Silveira, a patente do teste não foi depositada, "por ser muito cara". Mas as entidades responsáveis pelo programa terão participação nos eventuais lucros obtidos com a venda.
PROTOZOÁRIO SE DESENVOLVE NO INTESTINO DO INSETO BARBEIRO
O mal de Chagas uma doença infecciosa e parasitária provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Ela é transmitida pelo inseto Triatoma infestans, conhecido por barbeiro.
O barbeiro, ao picar uma pessoa infectada pelo parasita, geralmente à noite e na região da face, torna-se portador dos tripanossomos, que se reproduzem em seu intestino.
Quando pica outro indivíduo sadio, o inseto defeca e elimina suas fezes contaminadas. A vítima, ao coçar o local da picada, espalha as fezes do mosquito sobre o ferimento.
Dessa maneira, os parasitas penetram nas células da pele, atingindo a circulação sanguínea.
Nessa etapa, chamada de fase aguda, não há manifestação de sintomas, na maioria dos casos. Quando ocorrem, a vítima apresenta forte reação local à picada e febre alta.
Notícia
DCI