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Tribuna da Bahia

Mais Itacaré (I) (1 notícias)

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Elton Oliveira concluiu que o empobrecimento foi gerado a partir de um aumento do custo de vida, degradação ambiental, elevação dos índices de prostituição e tráfico. Aliado a isso, ainda há forte especulação imobiliária, importação de mão de-obra e ocupação desordenada. No material publicado pela Fapesp, Elton lembra que ltacaré não dispõe de uma Secretaria de Turismo nem de um Conselho de Meio Ambiente e Turismo. Ele condena a falta de um plano governamental de desenvolvimento para o turismo na cidade.

Mais Itacaré (II)

Ironicamente, e na rota do processo de matar a galinha dos ovos de ouro, a maior atração de ltacaré, que é sua beleza natural, vem sendo depredada: o pesquisador condena a falta de política de preservação de zonas turísticas, como as praias de Resende e Engenhoca, adquiridas por grupos belga e português, respectivamente, para construção de resorts. A falta de preservação e o alto fluxo de turistas, aponta Elton Oliveira, poluem ainda mais as praias, pois efluentes são lançados sem tratamento e criam problemas como a destinação do lixo.

Mais Itacaré (III)

Com cerca de 24 mil habitantes e apesar de ser uma das mais famosas do Brasil, a cidade não tem um aterro sanitário. As preocupações do pesquisador são ainda maiores com a conclusão da estrada que liga ltacaré a Camamu, no baixo-sul baiano. O trecho de 43 km será a interligação do destino à capital baiana e poderá reduzir para três horas o percurso entre Itacaré e Salvador, hoje feito pela BR-101 e estrada llhéus-ltacaré. O crescimento de ltacaré ocorre com a exclusão dos nativos, cada vez mais empurrados para a periferia da cidade e conseqüentemente marginalizados, principalmente com o advento da forte especulação imobiliária. Tudo ficou mais caro para os itacareenses. O estudo aponta até a interferência na auto-estima dos nativos. Não há preservação da identidade local.

Mais Itacaré (IV)

Pessoalmente, como disse antes, tive a oportunidade de presenciar o caos na cidade. No Verão de 2005, estive lá por uma semana e simplesmente não se pode transitar pelas ruas dada à enorme quantidade de veículos, a maioria de grande porte, vindos de todas as partes do País. O tráfico de drogas é crescente e a violência, com assaltos e agressões nas trilhas, por exemplo, toma conta do local.

Uma das mais conhecidas praias, na parte central da cidade, vive cheia de urubus que se deliciam no lixo lançado pelos esgotos sem tratamento.

E quanto aos preços, só mesmo para turistas recheados de dólares e euros. Uma simples posta de peixe com um punhado de arroz e uma saladinha pode custar R$ 70, na praia de Itacarezinho.