O incentivo à Ciência, Tecnologia e Cultura, no Brasil, ganhou importante impulso no início deste mês de junho com a entrega, pela primeira vez com pompa e circunstância, do Prêmio Fundação Conrado Wessel, que concedeu nada desprezíveis R$ 100 mil (cerca de US$ 32 mil. na cotação do dólar a RS 3,12) a cada um dos seis agraciados deste ano. Trata-se, sem dúvida nenhuma, da maior premiação individual destinada a esse setor, no País.
Com isto. esse prêmio, que só agora procura ganhar destaque na mídia, apesar de já ter sido entregue nos dois anos anteriores, vem somar forças com outras escassas premiações existentes, na área, onde se destaca também o Prêmio Moinho Santista, há quase 50 anos (desde 1955) agraciando personalidades da ciência e da cultura pátrias. Concedido pela Fundação Bunge, esse prêmio dá R$ 70 mil (cerca de US$ 22,4 mil) para cada laureado, além de R$ 30 mil (cerca de US$ 9,6 mil) para cada um dos vencedores do Prêmio Santista Juventude, instituído em 1980.
Parabéns, pois, a essa nova fase da premiação concedida pela Fundação Conrad Wessel, entidade sem fins lucrativos instituída em 1994 no cumprimento do testamento escrito, em 1988, pelo fotógrafo, empresário e homem de visão Ubaldo Conrado Augusto Wessel, morto com 102 anos, em 1993. Em 1922, Conrado Wessel, inventou e patenteou alguns processos de revelação fotográfica, posteriormente vendidos à Kodak, com a qual fez um acordo e para a qual passou a administrar a fábrica no País durante mais de duas décadas.
À semelhança de Alfred Nobel, grande patrocinador do prêmio internacional que . leva o seu nome, Conrado Wessel doou. em vida, seus bens imóveis para lastro da fundação que, a partir de 1994, após o término do inventário, passou a destinar recursos para diversas obras de benemerência, culminando, a partir de 2002, com a criação de um prêmio objetivando incentivar a ciência e a cultura brasileiras.
Este ano, seis personalidades da ciência e das artes, entre 118 indicados, foram agraciados com o Prêmio FCW: Maria Inês Schmidt, endocrinologista; Carlos Henrique de Brito Cruz, atual reitor da Unicamp; Philip Fearnside, pesquisador da Amazônia; Jairo Vidal Vieira, engenheiro agrônomo; Dieter Cari Ernst Muehe, geólogo, e Lya Luft, escritora. Agora, a expectativa fica com relação à premiação de 2005. Já se sabe, por exemplo, que a esperança dos administradores da Fundação é que mais entidades encaminhem sugestões à comissão a ser encarregada de definir os vencedores.
No que se refere ao Prêmio Moinho Santista, a versão deste ano, em desenvolvimento desde o final de maio — quando se encerrou o prazo do recebimento das indicações —. objetiva premiar trabalhos versando sobre desenvolvimento sustentável e genética. Os premiados, dois no prêmio original, e mais dois no prêmio destinado à juventude (até 35 anos), deverão ser escolhidos por um júri que se reunirá dia 6 de agosto na sede do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Yves Léon Winandy
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DCI