Notícia

DCI

Embalagem de mandioca é comestível e biodegradável (1 notícias)

Publicado em 20 de setembro de 2002

Uma nova embalagem feita à base de amido de mandioca poderá começar a substituir embalagens similares de poliestireno expandido, mais conhecido pelo nome Isopor. Comestível e biodegradável, a nova embalagem foi desenvolvida pela engenheira agrônoma Marney Pascoli Cereda, pesquisadora da Empresa de Materiais Biodegradáveis (EMB) de Botucatu. A empresa está incubada no Núcleo de Desenvolvimento Empresarial Incubadora há cerca de um ano e meio e recebeu investimentos de R$250 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Estamos desenvolvendo essa tecnologia há cerca de sete anos. Agora temos soluções naturais para embalagens biodegradáveis", explicou Cereda, que é aposentada da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). O resultado da pesquisa com o amido de mandioca proporcionou a criação de três produtos: as bandejas biodegradáveis, os tubetes de plantio orgânico e o filme de amido solúvel. As bandejas servem para acondicionar lanches, frios, verduras etc. Os tubetes substituem os tubos plásticos usados no plantio. Já o filme solúvel, similar ao papel celofane, pode ser usado em chocolates, doces, balas. "Não precisaremos mais descascar as balas. Poderemos chupá-las junto com o papel", afirmou Cláudio Roberto Vieira, gerente comercial da Incubadora de Botucatu. A EMB ainda não tem estrutura para produzir as embalagens em escala e procura parceiros para desenvolver, produzir e comercializar as embalagens. Ela já está em negociação com grandes redes varejistas como o Carrefour e a Embraco, fabricante de produtos de refrigeração. Embalagens em poliestireno expandido demoram cerca de 100 anos para se decompor. Isso faz com que o leque de opções do nosso mercado seja ainda mais amplo e diversificado, afirmou Vieira. Porém, apesar de agregar valor ao produto e inovar o setor, a nova tecnologia é restritiva e não poderá ser usada em qualquer produto, como as bebidas, diz Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE). A tecnologia foi patenteada cm 17 países, e se constitui num produto revolucionário. "Seremos mundialmente conhecidos", rebate o gerente da incubadora Camila Abud SÃO PAULO CRIARÁ NOVAS INCUBADORAS NO PRÓXIMO ANO A partir de 2003 serio criadas 22 incubadoras no Estado de São Paulo, segundo edital divulgado no XII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, realizado esta semana em São Paulo. O edital prevê a criação de incubadoras de empresas de base tecnológica, setores produtivos tradicionais, agronegócios, empresas culturais e cooperativas. Entre os principais temas apresentados no Seminário destacaram-se questões como políticas públicas, inovação e empreendedorismo. Durante o encerramento do evento, ontem à noite estiveram presentes o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota Sardenberg e o ex-presidente da Varig, Osíres Silva. O evento foi promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (FIESP) e do Centro Incubador para Empreendimentos Tecnológicos (Cietec). Paralelamente ao seminário aconteceu a Primeira-Mostra Paulista das Incubadoras, em que 84 incubadas estiveram presentes apresentando seus produtos.