Referindo-me ao problema da educação em São Paulo e no Brasil, em discurso pronunciado na tribuna da Assembleia Legislativa, fui enfático ao afirmar: “copiar o que deu ou está dando certo não é defeito e nem é feio; da mesma forma como não é errado seguir e imitar os bons exemplos.” A educação brasileira, não é novidade para ninguém – constatada por órgãos de avaliação independentes – vai mal, muito mal mesmo. Tivemos a vantagem de abrir um maior número de vagas nas escolas estaduais de forma a atender, razoavelmente, quase toda a população em idade escolar do Estado. Também foram abertas, no país, inúmeras faculdades mas os resultados, lamentavelmente, têm sido horríveis. Crianças dos 4º e 5º anos do ensino fundamental não sabem, sequer, escrever o próprio nome ou somar cinco mais cinco. Em faculdades de direito e da medicina, em exames de avaliação feitos por órgãos representativos dos advogados e dos médicos, a maioria não consegue sequer a nota mínima para exercerem as respectivas profissões.
É preciso, sem qualquer duvida, uma mudança muito grande no ensino deste país e, dentro desse raciocínio, “copiar o certo não é feio”. Seria útil, assim, nossos governantes se mirarem nos exemplos de países onde o ensino é de melhor qualidade para, dentro do possível, assimilarem o que puder ser aplicado em nosso país em termos de metodologia de ensino e infraestrutura escolar.
Não posso, por outro lado, deixar de focalizar uma iniciativa das mais positivas do governador Geraldo Alckmin ao, através da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciar investimentos de R$ 680 milhões em 17 novos centros de pesquisa, inovação e difusão. A Universidade de São Paulo, no campus de Ribeirão Preto, foi contemplada com a criação do Centro de Terapia Celular, contando com a participação de dez pesquisadores principais, 20 pesquisadores associados e 11 colaboradores estrangeiros, sob a coordenação do professor doutor Marco Antonio Zago, tendo como objetivos de estudos as pesquisas de células-tronco e das doenças autoimunes.
Educação e pesquisa, a meu ver, são fundamentais para o desenvolvimento de um país. A FAPESP, aprovando esse investimento de R$ 680 milhões em 17 centros de pesquisa, inovação e difusão, sem dúvida alguma auxiliará o grande desenvolvimento do nosso país; agradeço, de coração, a USP-RP ter sido contemplada com a criação desse Centro de Terapia Celular.
Dinheiro público utilizado em educação, cultura e pesquisa, além do mais, não deve ser qualificado como “despesa” mas, sim, como investimento; se queremos colher, amanhã, um Brasil próspero precisamos, hoje, de forma transparente, plantar sementes em solos férteis como é o caso do campus da USP em Ribeirão Preto.
(Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto)