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Observatório do 3° Setor

Como e quando chegar lá? (1 notícias)

Publicado em 30 de agosto de 2022

Por Redação Observatório

Por Milton Flavio

Em 2012, lá se vão 10 anos, por proposta nossa na subsecretaria de energia renovável, o secretário de energia José Aníbal e o governador Geraldo Alckmin, com outros secretários, assinaram e editaram o Programa Paulista de Biogás.

Na ocasião, considerou-se os objetivos da Lei no. 13.798-2009 que estabeleceu a Política Estadual de Mudanças Climáticas para o Estado de São Paulo, o Plano Estadual de Energia de 2002 que objetivava a ampliação das energias renováveis em nossa matriz energética, que a produção e consumo do biogás produzido através da biomassa era uma opção energética sustentável, renovável e de baixa emissão de carbono e o enorme potencial de geração de biogás no Estado pelos resíduos provenientes , principalmente, do setor sucroenergético.

O enfrentamento de resistências e o descrédito de opositores e conservadores fez com que apenas em 2017 a Secretaria de Energia e Mineração instalasse o Comitê Gestor do Programa Paulista de Biogás, com o objetivo de discutir as políticas públicas voltadas para a ampliação do biogás e do biometano na matriz energética do Estado de São Paulo. Um dos objetivos deste Comitê era definir o percentual de biometano que deveria ser injetado na rede de gás natural canalizado no Estado, número este já definido e apresentado pouco depois da aprovação do Programa Paulista de Biogás.

Hoje, com muito atraso, temos mais de 750 plantas em operação gerando biogás em nosso país, a produção em 2021 foi de 2,3 bilhões de Nm3 e deverá ultrapassar em 2022 2,8 bilhões de Nm3. A participação por tipo de usina/volume mostra a participação do saneamento com 74%, industrial com 16% e o agropecuário com apenas 10%. Estudos realizados quando da implantação do Plano Paulista de Biogás apontavam que se toda a vinhaça decorrente da produção do álcool em nosso Estado fosse transformada São Paulo seria auto suficiente nesta área.

Se provoca tristeza a demora e o atraso na concretização desta tarefa temos que comemorar que a conscientização das autoridades e especialistas está num patamar melhor e justifica nossa crença que o tempo da virada está próximo.

É torcer que não sejam necessários mais 10 anos para que possamos alcançar estes objetivos.

Sobre o autor: Milton Flavio é professor aposentado da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, ex-subsecretário de Energias Renováveis do Estado de São Paulo, e hoje é Assessor da Presidência da FAPESP