Apesar dos poucos recursos, os jovens da periferia gastam seu dinheiro principalmente em cuidados com a aparência. A escolha é uma tentativa de fugir dos preconceitos que sofrem e serem aceitos pelo seu grupo social e pela sociedade. A cientista social Paula Nascimento da Silva pesquisou o tema em seu mestrado, concluído em 2008, pela Faculdade de Educação (FE) da USP como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Paula estudou o Grupo de Assistência Social Bom Caminho, na periferia da Zona Oeste de São Paulo. A instituição trabalha com cerca de 160 jovens da comunidade, discutindo educação, família, saúde, violência e outros temas. O objetivo da pesquisa foi identificar quais bens de consumo eram privilegiados por esses jovens e o por que.
Paula constatou que os jovens privilegiam o vestuário e objetos que compõem a aparência pessoal, como tênis, roupas, produtos de cabelo, cosméticos, etc.. Uma das perguntas: o que o jovem compraria se tivesse R$ 500 à mão naquele momento? Apesar de aparecerem respostas como ajudar a família, as contas da casa ou a compra de alimentos, predominaram os gastos com a aparência.(Agência Envolverde)
(Agência Envolverde)