No ano de 2014, a Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo destinou R$ 1,15 bilhão a pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas em institutos espalhados pelas diferentes regiões do Estado de São Paulo. O desembolso é 4,5% superior ao do ano anterior.
"Apesar da desaceleração da atividade econômica no país registrada em 2014, que a afeta, a Fapesp foi capaz de manter seus compromissos", diz o presidente da fundação, Celso Lafer. Segundo divulgou a Agência Fapesp, em 2014 foram recebidos 18.286 pedidos de apoio a projetos de pesquisa, assinados 11.609 novos contratos de apoio e estavam em andamento 11.197 bolsas. 52% do investimento foram direcionados a pesquisas aplicadas por meio de 15 programas, entre eles os que estimulam a pesquisa de inovação em pequenas empresas.
Saúde
Um terço dos recursos (R$ 329,32 milhões) foi aplicado em pesquisas na área de saúde. Historicamente essa é a área que mais tem recebido recursos em virtude do número de pesquisadores que a ela se dedicam e a maior demanda de projetos nesse campo. Biologia recebeu 16% dos recursos, ciências humanas e sociais 10,44%, engenharia 10,27%, e agronomia e veterinária 8,21%.
Astronomia
A área de astronomia obteve crescimento de recursos de 290% em relação a 2013, devido principalmente ao consórcio internacional do Giant Magellan Telescope (GMT), que construirá o observatório e a estrutura mecânica do megatelescópio a ser instalado nos Andes chilenos. A Fapesp investirá US$ 40 milhões no projeto em dez anos. O telescópio deverá iniciar as operações científicas em 2021 e ampliará em cerca de 30 vezes o volume de informações acessíveis hoje.
Universidades
As três universidades estaduais ficaram com 75% do desembolso da Fapesp no ano: R$ 548,30 milhões para a USP, R$ 154,59 milhões para a Unesp e R$ 164,81 milhões para a Unicamp. Os institutos estaduais de pesquisa receberam R$ 62,62 milhões.
Internacionalização
O presidente da Fapesp explicou a tendência de integração das pesquisas com centros avançados do exterior: ?A pesquisa no mundo globalizado, mais do que nunca, não é territorializada. Tem como uma das suas dimensões a operação em rede. Daí a intensificação da diplomacia da ciência voltada para acordos de cooperação internacional, inclusive porque a geração do conhecimento não está circunscrita a poucos centros, pois a ciência opera num mundo mais nivelado, que exige mais interconexão entre pesquisadores de todas as regiões e procedências?.
Inovação
R$ 23,48 milhões foram destinados pela Fapesp à inovação na pequena empresa. Mais de 500 microempresários e pesquisadores com ideias inovadoras participaram de eventos realizados na entidade para esclarecer dúvidas sobre como submeter uma proposta de pesquisa. Por meio do programa, são apoiados os projetos derivados de parceria entre pesquisadores de instituições de pesquisa sediadas no Estado e de empresas.
Energia
O relatório da Fapesp mostra que os programas de pesquisa em bioenergia, biodiversidade e mudanças climáticas globais vêm se consagrando como referência nacional e internacional no que diz respeito ao conhecimento sobre expansão sustentável de biocombustíveis, variabilidade climática no Brasil e no mundo, compreensão dos biomas brasileiros e sobre o passado da Amazônia.