Com um clima tropical, solo fértil e água abundante, o Estado de São Paulo conta com 7,9 milhões de hectares de terra voltados ao agronegócio, equivalente a cerca de um terço do seu território total, segundo o IBGE. Nesse rico espaço, floresce o maior e mais moderno sistema agroindustrial do País e um dos mais expressivos do mundo, segundo exalta a agência Investe SP para "vender" a imagem paulista ao exterior e atrair investidores.
O Interior Paulista é o maior produtor mundial de etanol e responsável por metade da produção nacional de cana-de-açúcar. Além disso, responde por 60% de toda a produção de suco de laranja do mundo, além de contar com uma forte presença na produção de açúcar (304 milhões de toneladas/ano) e carne bovina, com US$ 2 bilhões em exportações. Na pecuária, São Paulo responde por 4,77% do rebanho brasileiro e 5,05% da produção nacional de leite.
A carne bovina e o leite somaram R$ 10,7 bilhões em 2015. A avicultura paulista detém 21,3% do plantel de galinhas, 14,84% do total de galos, frangos e pintos, além de 30,06% da produção de ovos do País, o que corresponde a 1,5 milhão de toneladas de carne de frango (IBGE, 2014).
Diversidade
Segundo o perfil traçado pela Investe SP, o agronegócio paulista engloba de produtos agrícolas básicos e pesquisa aplicada à biotecnologia. Os segmentos industriais trabalham com matérias-primas agropecuárias alimentícias e não-alimentícias (fiação e calçados, por exemplo) e fornecedores de insumos (fertilizantes, tratores, máquinas agrícolas, e defensivos). "Essa diversidade assume contornos mais acentuados na economia paulista em decorrência do grau de sofisticação de sua estrutura produtiva e de sua base de pesquisa científica e tecnológica?" diz o órgão.
Principais produtos
Merecem destaque na economia paulista os produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados), responsáveis por 81% das exportações do setor de agronegócios, com US$ 17,7 bilhões. Na economia brasileira, esse setor corresponde a 43%. Dentre os principais produtos exportados, destacam-se: cana e sacarídeas (US$ 9,2 bilhões), bovídeos-bovinos (US$ 2,6 bilhões), frutas (US$ 2,3 bilhões), produtos florestais (US$ 2 bilhões), café e estimulantes (US$ 0,9 bilhão) (IEA - 2012).
Investimentos
Se a pergunta é "Por que investir no agronegócio paulista"?, a Investe SP tem enumera cinco pontos: 1) Abundância de terras férteis e preços competitivos; 2) Clima favorável, reservas de água doce e boa topografia; 3) Moderna infraestrutura com estradas, aeroportos e portos; 4) Forte presença de diversos segmentos industriais do setor alimentício; 5) Alta tecnologia e institutos de pesquisa aplicada.
Distância relativa
A mobilidade urbana e o custo de vida mais baixo influenciam positivamente na formação dos polos de tecnologia no Interior Paulista, segundo matéria da revista Pesquisa, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Um exemplo é a cidade de São Carlos, a 238 quilômetros da capital. O empresário Marco Antonio Pereira, da Itera, empresa de soluções tecnológicas na gestão de documentos eletrônicos, vai à capital com frequência. A decisão de se fixar em São Carlos se deve ao ambiente científico da cidade.
Facilidades
Outro exemplo é o de São José dos Campos. "Estamos a apenas 100 quilômetros de São Paulo. A distância curta nos permite impulsionar novos negócios na capital, sem precisarmos arcar, por exemplo, com os custos elevados de um aluguel lá", diz a engenheira Renata de Cássia Silva, da RVT, de gestão do consumo de energia elétrica e que mantém parcerias com a Unicamp e com o Parque Tecnológico local, que interage com empresas como Embraer, Ericsson e Sabesp.
Automotivas
A Toyota inaugurou o seu Centro de Pesquisa Aplicada, em São Bernardo do Campo. Foram investidos R$ 46 milhões. Além do Grande ABC, a empresa tem unidades produtivas em Indaiatuba, Sorocaba e Porto Feliz.
A Autoneum, líder mundial de mercado e tecnologia para soluções acústicas e térmicas em automóveis, que possui fábrica em Taubaté, inaugurou unidade produtiva na capital.
Interatividade
O Cruzeiro do Sul (Sorocaba), da Rede APJ, lançou o projeto Repórter Cidadão com o objetivo de ampliar as fontes de informação nos bairros da cidade e municípios da região. 71 leitores fazem parte da rede de colaboradores. "Os repórteres cidadãos ampliaram nossos olhos e ouvidos, antes restritos, estendendo nosso campo de visão para locais onde não conseguíamos chegar", afirma o editor-chefe, José Carlos Fineis.
Patrimônio
O Diário (Mogi das Cruzes), da Rede APJ, instituiu a Cátedra Tirreno Da San Biagio de Jornalismo em memória ao seu fundador e diretor durante 58 anos. Sua primeira ação é o Prêmio José Mario Calandra, que vai eleger as três melhores ideias para recuperação do prédio da velha Estação Rodoviária da cidade. O diretor editorial, Francisco Ornellas, informa que a iniciativa prevê também palestras, seminários e ciclos de estudos específicos sobre jornalismo em parceria com escolas do Brasil e do exterior.