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Gazeta Mercantil

Votorantim põe US$ 300 milhões na biotecnologia (1 notícias)

Publicado em 16 de dezembro de 2001

Por Vicente Vilardaga - de São Paulo
O Grupo Votorantim sempre esteve concentrado em ramos de atividade tradicionais, como a indústria de cimento, papel e mineração. Sua nova frente de negócios é a biotecnologia. E uma aposta de longo prazo, que pode modificar radicalmente o perfil da Votorantim nos próximos trinta anos. No ano passado, o grupo criou a Votorantim Ventures, administradora de um fundo de investimento de capital de risco de US$ 300 milhões. A prioridade do fundo, até agora, era a tecnologia da informação. Com a contratação do bioquímico Fernando Reinach como diretor executivo, a Votorantim Ventures reorienta sua estratégia e volta a maior parte de suas atenções para a pesquisa de genômica, de biodiversidade e de fármacos. Reinach é um dos coordenadores do Projeto Genoma Brasileiro, famoso pelo seqüenciamento da bactéria causadora do amarelinho, a Xylella fastidiosa, praga dos laranjais. O capital de US$ 300 milhões, equivalente ao orçamento anual da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), torna o fundo da Votorantim um dos principais programas de investimento de capital de risco em pesquisa tecnológica do Brasil. Segundo Reinach, o objetivo é abrir canais de comunicação com as universidades, para transformar a pesquisa científica de ponta no País em projetos empresariais viáveis. Reinach já analisa dez propostas e no primeiro trimestre de 2002 o fundo elegerá seu primeiro projeto para investimento na área de biotecnologia. "O nosso primeiro trabalho é explicar para os pesquisadores como funciona o capital de risco", diz Reinach. "Sempre compramos participação nas empresas em que investimos e não fazemos investimentos a fundo perdido." O modo de atuação da Votorantim Ventures inclui, por exemplo, o acompanhamento permanente da empresa de pesquisa com a nomeação de um executivo financeiro. A Votorantim Ventures espera participar como controladora ou sócia investidora em 40 a 50 empresas de pesquisa nos próximos anos. O grupo dinamarquês Novo Nordisk, um dos líderes mundiais do mercado farmacêutico, comprou por R$ 75,4 milhões o controle acionário da Biobrás, única fabricante brasileira de insulinas para diabetes. (Pág. C-1)