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Nexo Jornal

Você conhece estes cientistas brasileiros? Faça o teste

Publicado em 06 fevereiro 2018

Por Guilherme Eler

O ‘Nexo’ listou 10 pesquisadores notáveis da história da ciência nacional. Você sabe identificá-los a partir de seus trabalhos?

 

As transformações políticas no início do século 19 marcam o início da produção científica genuinamente brasileira. Com a vinda da família real para o Rio de Janeiro e a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, nascem instituições como as Escolas de Medicina de Salvador e do Rio de Janeiro, a Academia Militar Real e o Museu Real. O Brasil passa a contar com um grande número de pesquisadores estrangeiros, que realizam importantes trabalhos no campo das ciências naturais.

Com a independência, a partir de 1822, esse intercâmbio de cientistas aumenta e a produção nacional ganha novo status. Nomes como Carlos Chagas e Oswaldo Cruz se destacam na pesquisa no início do século 20 e as universidades se consolidam, contribuindo para que a ciência fosse institucionalizada como profissão por aqui.

Para você testar seu nível de conhecimento sobre a ciência brasileira, o Nexo preparou um quiz sobre dez dos pesquisadores de maior destaque na história do país. Preparado?

Uma das principais referências nacionais em geografia física, conduziu estudos sobre paisagem e geomorfologia do Brasil

resposta

Especializou-se na elaboração de mapas cartográficos, analisando aspectos como a distribuição populacional e a desigualdade de renda brasileiras

resposta

Aziz Nacib Ab’Saber desenvolveu uma série de pesquisas sobre o espaço brasileiro, ajudando a estabelecer uma divisão para os diferentes domínios morfoclimáticos. Tais domínios fazem referência às diferentes feições que o relevo do Brasil assume, considerando fatores como os tipos de solo, vegetação, condições climática e regime dos rios. Filho de pai libanês e mãe brasileira, Ab’saber cursou história e geografia na USP, onde tornou-se professor titular em 1968. Entre seus principais prêmios estão a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra, oferecida pela pela Academia Brasileira de Ciências, e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).

Nasceu na cidade do Porto, Portugal, e se naturalizou no Brasil, para onde veio como emissário de D. João VI desenvolver a ciência na colônia

resposta

Conhecido como “Padre Voador”, concebeu um dos primeiros modelos de aeróstato, balão que navega a partir de correntes de ar

resposta

Bartolomeu de Gusmão nasceu em 1685, em Santos e foi estudar em Coimbra, Portugal, aos 15 anos. Lá, além de ser ordenado padre, também dedicou-se à física e à matemática. Aos 24 anos, concebeu um modelo de aeróstato (espécie primitiva de balão de ar), apresentado em Lisboa na presença da corte portuguesa. O modelo, feito de arames, papel grosso e madeira fina, levantou apenas poucos centímetros do chão antes de pegar fogo por completo. Posteriormente refinado em novos testes, o instrumento ficou conhecido como “passarola”, e fez com que Gusmão ganhasse a alcunha de “Padre Voador”. Onze anos depois das experiências, o inventor obteve doutorado na Universidade de Coimbra e foi incluído por D. João V, rei de Portugal à época, como sócio da recém-criada Real Academia Portuguesa de História.

A descoberta da Doença de Chagas, em 1907, foi fruto de seus estudos com espécies endêmicas da floresta amazônica

resposta

Batizou o protozoário causador da doença que leva seu nome, o Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz, seu mentor intelectual

resposta

Carlos Chagas formou-se médico no Rio de Janeiro em 1902. Entre 1908 e 1909, conduziu uma expedição para combater uma epidemia de malária que assolava um grupo de operários de uma estrada de ferro no norte de Minas Gerais. Foi lá que o cientista descreveu pela primeira vez a patologia conhecida como Doença de Chagas, transmitida pelo inseto barbeiro e causada por um protozoário até então desconhecido, Trypanosoma cruzi. A homenagem no batismo do parasita faz referência a Oswaldo Cruz, colega e mentor de Chagas, que o precedeu na diretoria do Instituto Soroterápico Federal (atual Instituto Oswaldo Cruz).

Integrava o grupo que comprovou experimentalmente a existência da partícula subatômica méson pi, feito que recebeu o Nobel de Física em 1949

resposta

Chefiou a equipe que conduziu a criação do primeiro reator nuclear brasileiro

resposta

Ao lado de Marcelo Damy, que desenvolveu o primeiro reator nuclear nacional, Cesare Mansueto Giulio Lattes é apontado como um dos cientistas que mais contribuíram para o início da pesquisa em física de partículas no país. Aos 23 anos, auxiliando o cientista inglês Cecil Frank Powell e o italiano Giuseppe Occhialini, Lattes atestou a existência do méson pi, partícula no interior do núcleo que garante a coesão dos átomos. A descoberta lhe valeu diversas premiações, como o Prêmio Einstein, em 1950, e o Bernardo Houssay, criado pela OEA (Organização dos Estados Americanos ), em 1978. Um dos fundadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas , o físico foi mentor de iniciativas como a formação do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), a Escola Latino-Americana de Física e o Centro Latino-Americano de Física.

Derrubou a teoria da constância do DNA, que dizia que todas as células têm a mesma quantidade de material genético

resposta

Descreveu a estrutura de dupla hélice característica do DNA

resposta

Crodowaldo Pavan, geneticista nascido em Campinas, em 1927, ofereceu argumentos para inviabilizar a chamada teoria da constância do DNA. Pela teoria, acreditava-se que todas as células de um organismo mantinham a mesma quantidade de material genético. Ao observar uma mosca chamada Rhynchosciara angelae, Pavan e sua equipe provaram que em alguns cromossomos, o DNA se multiplica, e em outros não, de acordo com o desenvolvimento do animal. Além de atuar como professor universitário no exterior, fundou o Laboratório Nacional de Oak Ridge no Tennessee (EUA) e presidiu organizações como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a Fapesp ( Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A descrição da estrutura da molécula de DNA foi feita em 1953 pelos americanos James Watson e Francis Crick.

Tida como maior catalogadora de plantas do Brasil, possui várias espécies batizadas em sua homenagem

resposta

É uma das principais referências nacionais em fitopatologia, nome dado ao estudo das doenças em plantas

resposta

Graziela Maciel Barroso dedicou-se ao estudo da sistemática de plantas, ramo da botânica que se dedica à descoberta e classificação de espécies vegetais. Sua trajetória acadêmica começou relativamente tarde: após trabalhar por 17 anos no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ingressou no curso de biologia aos 47, defendendo sua tese de doutorado aos 60. Foi professora universitária de destaque e autora de “Sistemática de Angiospermas do Brasil”, que serve como referência em diversos cursos de botânica. Eleita para a Academia Brasileira de Ciências, morreu em maio de 2003, um mês antes de ser empossada. De acordo com a instituição, há dois gêneros de plantas e cerca de 30 espécies descritas em sua homenagem.

Tornou-se o primeiro doutor em ciências físicas e matemáticas do Brasil, ainda aos 19 anos

resposta

Um dos pioneiros em estudos de geometria no Brasil

resposta

Joaquim Gomes de Souza, o Souzinha, é tido como o primeiro doutor em ciências físicas e matemáticas do Brasil, graduado na Escola Militar da Corte em 1848. Com apenas 19 anos, se tornou docente substituto na Escola Militar e, em 1858, passa a ministrar a disciplina de astronomia para o curso de ciências físicas e naturais. Souzinha publicou trabalhos sobre física e matemática, tratando desde tópicos como a teoria do som e sua propagação em meios elétricos, até integração de equações diferenciais parciais, equações integrais e métodos gerais de integração.

Química nascida na Alemanha, pesquisou o impacto da utilização de agrotóxicos em áreas agrícolas do sul e sudeste do país

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Engenheira agrônoma, seus estudos foram essenciais para que o Brasil se tornasse um dos principais produtores de soja do mundo

resposta

Johanna Döbereiner veio para o Brasil em 1950, ano que graduou-se engenheira agrônoma pela Universidade de Munique, na Alemanha. Em 1951, começou a trabalhar para o SNPA (Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério da Agricultura), atual Embrapa, onde permaneceu como pesquisadora até o fim da vida. Graças a seus estudos com bactérias fixadoras de nitrogênio, pôde-se implementar a partir da década de 1980 soluções mais baratas e sustentáveis para o cultivo de soja em larga escala. Nascida na República Tcheca, naturalizou-se brasileira em 1956.

Proficiente pesquisadora em ortopedia, foi uma das fundadoras da Academia Nacional de Medicina, em 1829

resposta

Obstetra com vasta experiência, acompanhou o nascimento de uma das filhas do imperador D.Pedro II

resposta

Madame Durocher, como era conhecida, nasceu em Paris em 1809 e imigrou para o Brasil ainda aos sete anos. Ingressou no curso de obstetrícia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1834. Tornou-se parteira da corte portuguesa em 1866 e atendeu a Imperatriz Tereza Cristina no parto da Princesa Leopoldina, filha de D.Pedro II. Foi o próprio imperador que solicitou sua nomeação como membro da Academia Nacional de Medicina, em 1871. Segundo a Academia, ela costumava se vestir de preto, com casaco masculino, gravata, cartola e uma saia. Sua influência em pesquisa fez com que a instituição criasse, em 1909, o Prêmio Durocher, oferecido até hoje a estudos importantes em obstetrícia e ginecologia.

Coordenou os esforços de fabricação da primeira versão da vacina para a febre amarela, em 1915

resposta

Como diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, aprovou uma campanha de vacinação obrigatória no Rio de Janeiro que culminou na Revolta da Vacina, em 1904

resposta

Antes de dar nome à instituição responsável por consolidar a produção da vacina contra febre amarela, na década de 1940, Oswaldo Cruz foi um importante sanitarista e epidemiologista brasileiro. Iniciou seus estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 15 anos, recebendo o título de doutor na mesma instituição. Foi, porém, no cargo de diretor de Saúde Pública do Rio de Janeiro que o médico alcançou projeção nacional. A fim de conter epidemias de peste bubônica, febre amarela e varíola, que assolavam a sociedade carioca no começo do século 20, o cientista propôs medidas como a limpeza da cidade e a vacinação obrigatória - que não foram bem recebidas pela população. Estabeleceu-se, em 1904, a Revolta da Vacina, conflito que durou menos de uma semana, mas foi uma das mais populares revoltas dos primeiros anos da República.

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