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Vírus Sars-CoV-2 pode estar presente nos espermatozoides por até 90 dias, aponta estudo da USP (106 notícias)

Publicado em 03 de junho de 2024

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o vírus Sars-CoV-2 pode permanecer nos espermatozoides de pacientes por até 90 dias após a alta hospitalar e até 110 dias após a infecção inicial, afetando a qualidade do sêmen. Os resultados da pesquisa, publicados na revista Andrology, destacam a importância de considerar um período de "quarentena" para quem deseja ter filhos após se recuperar da doença.

Mais de quatro anos após o início da pandemia de Covid-19, já se sabe que o coronavírus tem a capacidade de invadir e danificar diversas células e tecidos humanos, incluindo os do sistema reprodutivo, onde os testículos são considerados uma "porta de entrada". Apesar de estudos anteriores terem observado a agressividade do vírus no trato genital masculino e detectado o Sars-CoV-2 em autópsias nos testículos, a presença do patógeno no sêmen humano é raramente identificada em exames de PCR.

Para preencher essa lacuna de conhecimento, o estudo atual, financiado pela FAPESP, utilizou tecnologias de PCR em tempo real para detecção de RNA e microscopia eletrônica de transmissão (TEM) para analisar espermatozoides de homens recuperados da Covid-19. Foram examinadas amostras de sêmen de 13 pacientes que tiveram a doença em diferentes graus de gravidade, com idades entre 21 e 50 anos, até 90 dias após a alta hospitalar e 110 dias após o diagnóstico. Embora todos tenham testado negativo para a presença do SARS-CoV-2 no PCR do sêmen, o vírus foi identificado nos espermatozoides de oito dos 11 pacientes analisados.