No segundo caso relatado, a paciente apresentou febre, dor de cabeça, tosse, fraqueza, coriza, náusea, dor no corpo e nas articulações em meados de maio. O primeiro teste de RT-PCR foi feito cinco dias após o início dos sintomas e deu positivo. Como o problema persistiu, um segundo teste foi feito no 24o dia e, novamente, a presença do RNA viral foi confirmada. Ao todo, a paciente permaneceu sintomática durante 35 dias, relatam os pesquisadores.
“Por se tratar de casos atípicos, as amostras de secreção nasofaríngea coletadas para diagnóstico foram levadas ao IMT para uma análise aprofundada. O material foi inoculado em uma cultura de células epiteliais e, após diversos testes, confirmamos que o vírus ali presente ainda estava viável, ou seja, era capaz de se replicar e de infectar outras pessoas”, conta Mendes-Correa.
Como explica a pesquisadora, as duas mulheres foram atendidas no âmbito do Programa Corona São Caetano, uma plataforma on-line criada para organizar o monitoramento remoto de moradores com sintomas por equipes de saúde e a coleta domiciliar de amostras para diagnóstico. A iniciativa envolve a prefeitura local, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), a startup MRS – Modular Research System e o IMT (leia mais em: agencia.FAPESP.br/33604/).
Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o grupo de Mendes-Correa acompanhou durante seis semanas outros 50 participantes atendidos no programa para estudar o tempo de persistência do vírus no organismo. Foram coletadas semanalmente amostras de saliva, urina, fezes (swab anal), secreção nasofaríngea e sangue. Todo o material foi levado ao IMT e inoculado em culturas celulares para verificar a presença de vírus ainda infectante.