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Vírus da COVID-19 é detectado em sêmen por até 90 dias após recuperação (107 notícias)

Publicado em 04 de junho de 2024

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que o vírus SARS-CoV-2 pode permanecer no sêmen de pacientes recuperados da COVID-19 por até 90 dias após a alta hospitalar. O estudo, publicado na revista Andrology, utilizou tecnologias avançadas para confirmar a presença do vírus em espermatozoides.

A equipe da USP investigou amostras de sêmen de 13 pacientes, com idades entre 21 e 50 anos, tratados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Os resultados mostraram que o vírus estava presente em espermatozoides de oito dos 11 pacientes com formas moderadas a graves da doença. Utilizando PCR em tempo real e microscopia eletrônica, os pesquisadores identificaram o vírus até 90 dias após a recuperação hospitalar e até 110 dias após a infecção inicial.

O professor Jorge Hallak, que lidera o estudo, destaca que a pesquisa é parte de um esforço contínuo para entender os impactos da COVID-19 na saúde reprodutiva. Pesquisas anteriores do grupo já tinham indicado o sexo masculino como um fator de risco para maior gravidade da infecção e efeitos negativos na libido e satisfação sexual. A pesquisa atual, inédita em demonstrar a gravidade das lesões testiculares associadas à COVID-19, reforça a necessidade de monitoramento contínuo dos pacientes recuperados.

Essas descobertas são fundamentais para o entendimento dos efeitos a longo prazo da COVID-19 e ressaltam a importância de estudos adicionais. O grupo da USP continua suas pesquisas, agora avaliando os efeitos tardios da infecção em mais de 700 pacientes, em um projeto financiado pela FAPESP.