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G1

Vilão da Marvel Thanos dá nome a espécie de dinossauro achada no interior de SP (1 notícias)

Publicado em 04 de dezembro de 2018

Dinossauros que habitavam a região noroeste paulista há 85 milhões de anos têm sido descobertos por pesquisadores na região de São José do Rio Preto (SP). Uma das descobertas mais recentes é o Thanos Simonattoi, uma espécie carnívora recém-batizada, cujo fóssil foi encontrado no município de Ibirá (SP).

Thanatos é um termo grego que personifica a morte e que também dá nome ao vilão Thanos, da franquia de quadrinhos Marvel, a qual Stan Lee era um dos fundadores. Thanos é uma das estrelas do mais recente filme dos Vingadores, "Guerra Infinita". Já Simonattoi é uma homenagem ao sitiante Sérgio Simonatto, que ajudou a encontrar o fóssil.

Segundo os pesquisadores, Thanos Simonattoi tinha cerca de 5 metros de comprimento e disputava com outros carnívoros o topo da cadeia alimentar na região de Ibirá há 80 milhões de anos.

A descoberta consiste na primeira espécie descrita para a região de Ibirá e também da primeira espécie de dinossauro carnívoro conhecida para o cretáceo da região sudeste.

O Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa, está com alguns fósseis frutos das escavações que irão para exposição ainda esse ano. O local foi criado há dois anos e já tem 500 fósseis catalogados. O museu fará nesta quarta-feira (5), às 14h, um evento para divulgar a nova espécie encontrada.

A descoberta foi feita na parceria entre os paleontólogos Fabiano Iori e Rafael Delcourt. O trabalho resultou num estudo publicado em novembro na revista Historical Biology, onde é apresentado para a comunidade científica o terópode Thanos Simonattoi.

“Na realidade até então não achamos uma espécie terópode na região de Minas Gerais, São Paulo. Tivemos a oportunidade com o material que achamos achar os terópodes, que são os carnívoros. A relevância é muito grande para região e para o Brasil. Mais dinossauros podem ser descobertos”, afirma Fabiano.

A existência de fósseis na região de Ibirá é sabida desde a década de 1960. Pesquisadores da cidade de Uchoa coletaram materiais por décadas, assim como professores de várias universidades.

Em 1994, a equipe do Museu de Paleontologia de Monte Alto começou a busca por fósseis na região e contou com o apoio do sitiante Sérgio Luís Simonatto. Sérgio conhecia muitas localidades com fósseis e quando criança brincava com dentes de dinossauros.

A descoberta

A descoberta começou em 1994. A equipe do Museu de Paleontologia de Monte Alto começou a busca por fósseis na região e contou com o apoio do sitiante Sérgio Luís Simonatto. Sérgio conhecia muitas localidades com fósseis e quando criança brincava com dentes de dinossauros.

Com a ajuda de Sérgio, a equipe de Monte Alto encontrou em 1995 um fóssil em uma parede rochosa, porém a vegetação impediu a retirada total e apenas uma parte do fóssil foi coletada. Em 2006, o paleontólogo argentino Fernando Novas viu a peça e disse se tratar da segunda vértebra cervical de um dinossauro carnívoro.

Desde então o paleontólogo Fabiano Vidoi Iori passou a buscar pelo restante da peça. Em 2014, segundo o museu de Uchoa, uma forte ventania derrubou árvores no sítio paleontológico. Uma delas ficava próxima à parede de origem do fóssil, e sua queda permitiu que Fabiano encontrasse o restante da vértebra.

Fabiano apresentou neste ano o fóssil completo ao especialista em dinossauros carnívoros Rafael Delcourt, da Unicamp. Delcourt observou que esse fóssil não era presente em nenhum outro dinossauro, o que tornava aquela vértebra única e permitia atribuí-la a uma nova espécie e batizá-la.