SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apartamentos já ocupam área construída maior que a de casas em São Paulo, que completa 468 anos, mostra levantamento de 2021 do CEM (Centro de Estudos da Metrópole), da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Em 2000, a área construída de casas era 158,4 milhões de m² e a de residências em prédios, 104,2 milhões de m². Vinte anos depois, apartamentos ocupam 190,4 milhões de m² e casas, 183,7 milhões de m².
É maior diferença desde 2016, ano em que apartamentos apareceram pela primeira vez à frente nesse quesito.
Em termos de unidades, ainda há mais casas (1.376.726), mas o número de apartamentos (1.375.884) cresceu 87% entre 2000 e 2020, enquanto o de casas subiu 12%. O estudo usa dados da Secretaria Municipal da Fazenda para o IPTU.
A verticalização é uma tendência observada há décadas. Assim, o processo é anterior ao Plano Diretor, de 2014, e à Lei de Zoneamento, de 2016, embora ambos tenham efeito sobre a distribuição das construções, explica Eduardo Marques, diretor do CEM, professor do Departamento de Ciência Política da USP e um dos autores do estudo.
Ele afirma que o Plano Diretor busca apenas concentrar e direcionar a verticalização para os arredores de estações de metrô e corredores de ônibus, inclusive para reduzir deslocamentos de carro.
Ter mais prédios, porém, não é sinônimo de aumentar a densidade populacional. A verticalização pode reduzir a densidade em regiões onde predominam edifícios com muitas áreas comuns e poucos, mas grandes apartamentos, com valores mais altos.
Quando verticalização e densidade se combinam, o balanço é positivo, na avaliação dos urbanistas. Uma cidade compacta é mais sustentável, aproveita melhor a infraestrutura e diminui questões de mobilidade e segregação.
Os benefícios também se estendem à economia pela atração de mais serviços e conveniências, diz Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).