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Verde e sustentável (1 notícias)

Publicado em 22 de maio de 2009

Como produzir combustíveis de modo sustentável? Para Marcos Buckeridge, um dos responsáveis pela seção de Biomassa do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pela coordenação da área de biologia da FAPESP, a resposta é simples: etanol.

 

Em entrevista publicada na edição de 23 de maio da revista New Scientist, o professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) destaca as vantagens do etanol brasileiro e a importância de garantir que o biocombustível do futuro seja “verde e sustentável”.

“Há alguns anos, quando a busca por substitutos para os combustíveis fósseis se tornou urgente, o Brasil redescobriu o programa do etanol derivado da cana-de-açúcar que foi implantado na década de 1970 por conta da crise do petróleo. Na época, ninguém se preocupava com sustentabilidade. Agora, temos que mostrar por que o etanol brasileiro é diferente do feito nos Estados Unidos a partir de milho”, disse.

“É injusto colocá-los juntos. Nosso bioetanol é produzido com o uso de menos de 1% da área cultivável no país. Ele não destrói áreas preservadas nem compete com a terra usada para a produção de alimentos. Na realidade, a produção de alimentos no Brasil deverá crescer nos próximos cinco anos”, ressaltou.

“Algumas pessoas têm medo de que a cana-de-açúcar seja plantada na Floresta Amazônica, mas ali é muito úmido para isso. Queremos fornecer ao mundo etanol sustentável sem cortar uma única árvore. Esse é o desafio”, disse.

Buckeridge destaca que atualmente cerca de um terço da biomassa da cana pode ser transformada em energia. “Mas, se pudermos fazer etanol a partir das partes não comestíveis da planta também, poderemos dobrar a produtividade”, disse. O pesquisador destaca a importância do Programa BIOEN-FAPESP nessa busca pelo etanol celulósico.

A entrevista Biofuelling the future, concedida à jornalista Jan Rocha, pode ser lido por assinantes da New Scientist em www.newscientist.com.

(Agência FAPESP)