Em momento inicial, a pesquisa fez testes com a atuação da crotoxina em camundongos que portavam câncer de peritônio.
Uma toxina encontrada no veneno da cobra cascavel pode ser uma arma importante no tratamento do câncer. É o que aponta um estudo realizado pelo Instituto Butantan, em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Em momento inicial, a pesquisa fez testes com a atuação da crotoxina em camundongos que portavam câncer de peritônio.
Os resultados indicaram que as células de defesa do organismo responderam à substância, sendo induzidas a combater os tumores com uma maior eficiência. De acordo com os cientistas, esse pode ser um indicativo para que pacientes obtenham uma resposta imune antitumoral suficiente e duradoura. “A gente fez testes em animais e com células cultivadas. A gente faz essa experimentação, como a gente imagina o que vai acontecer com o organismo”, explica a professora da Unaerp Priscila Andrade Ranéia Silva.
Segundo ela, o próximo passo do estudo é avaliar possíveis efeitos colaterais da toxina, antes de iniciar o planejamento para testes em humanos. Apesar de apontar a importância de novas etapas antes de avançar, a pesquisadora mostra otimismo com os resultados iniciais. “De fato, tanto o efeito anti-inflamatório quanto o efeito modulador da crotoxina, para os estudos iniciais, estão bem estabelecidos”, conclui.