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Veneno de cobra cascavel pode ajudar tratamento de câncer, diz estudo (116 notícias)

Publicado em 01 de abril de 2024

A crotoxina, uma das toxinas presentes no veneno da cobra-cascavel, pode auxiliar o tratamento de câncer. É o que afirmaram os pesquisadores do Instituto Butantan em um estudo publicado em março.

O uso da substância em camundongos portadores da doença apresentou mudanças no sistema imune dos animais.

Os resultados indicaram uma “reeducação” imunológica, segundo a pesquisa. Assim, o uso do veneno mostra um caminho futuro para a imunoterapia. Leia a íntegra da pesquisa (PDF – 3 MB, em inglês).

O tratamento por imunoterapia contra o câncer é feito por meio de substâncias que ativam o sistema imunológico do paciente. Neste caso, há indução do sistema imune para que as células combatam a doença com menor toxicidade.

Sobre a pesquisa

A pesquisa utilizou a toxina em 2 grupos de camundongos durante 13 dias. O 1º deles rebebeu células de um tumor líquido na região abdominal e o outro foi composto por animais saudáveis.

Todos, informou a pesquisa, utilizaram a crotoxina, uma dose de toxina e uma solução salina. Alguns com doses maiores do que outros.

O grupo doente que recebeu a menor dose de toxina teve prevalência de 60% das células de defesa adequadas para inibir o desenvolvimento dos tumores. O mesmo grupo conseguiu reduzir o volume do tumor em 27%. Estes ainda apresentaram aumento na produção de óxido nítrico, radical livre que penetra na célula tumoral e a destrói.

“Isso é uma das coisas que a gente vem observando também em outros radares, mostrando que uma pequena dose da crotoxina é o suficiente para essa modulação dos macrófagos [células de defesa do organismo] “ , afirmou Camila Lima Neves, 1ª autora do trabalho.

Agora, os pesquisadores do Instituto Butantan estudam combinações estruturais da crotoxina para encontrar uma menos tóxica e mais efetiva.

“É possível que outras estruturas da molécula crotoxina possam realizar a mesma ação ou potencializar seu efeito” , disse a coordenadora do estudo, Sandra Coccuzo Sampaio.