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Jornal GGN

Venda de fazendas de pesquisas gera críticas ao governo Alckmin (1 notícias)

Publicado em 05 de julho de 2016

Jornal GGN - O projeto do Governo do Estado de São Paulo de vender 13 fazendas de pesquisas para equilibrar as contas públicas gerou críticas da comunidade científica à gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) Enviado para a Assembleia Legislativa, o plano prevê a venda de áreas originalmente dedicadas a pesquisas e que, no total, tem 13,4 milhões de metros quadros.

O governo paulista alega que a medida vai economizar mais de R$ 500 mil anuais, sem incluir os ganhos com a venda dos terrenos. Entre as propriedades, estão centro de pesquisas em Jundiaí, Brotas e Itapeva.

Para Joaquim Azevedo Filho, presidente da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, o projeto "preocupa como um todo". Ele também diz que não houve debate com as equipes das fazendas. O projeto de vender as fazendas faz parte de um plano amplo de se desfazer de 79 imóveis, com o objetivo de arrecadar R$ 1,49 bilhão.

Da Folha

Gestão Alckmin quer vender fazendas de pesquisas e provoca embate

A inclusão de 13 fazendas de pesquisas do Estado em um projeto mais amplo para se desfazer de áreas e equilibrar as contas públicas voltou a colocar a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) em embate com a comunidade científica.

O plano, enviado à Assembleia Legislativa e que deve ser votado nos próximos meses, inclui a venda de áreas que somam 13,4 milhões de m² originalmente destinadas a pesquisas –equivalente a 1.877 campos de futebol.

O governo Alckmin diz que a medida trará uma economia de R$ 508 mil por ano, sem contar a verba arrecadada com a venda das fazendas.

Das propriedades listadas constam centros de pesquisas inteiros, localizados em Jundiaí, Brotas, Gália e Itapeva. Em outros casos, só parte da área pode ser alienada.

"O projeto preocupa como um todo", afirma Joaquim Azevedo Filho, presidente da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, para quem não houve debate do governo com as equipes das fazendas.

Ele defende que todas as áreas do projeto "têm uma utilidade, seja para pesquisa, seja em termos de preservação ambiental, seja ambas".

Em abril, Alckmin já havia sido alvo de críticas na comunidade científica após ter criticado a Fapesp (fundação de apoio à pesquisa do Estado), em reunião com seu secretariado, por priorizar estudos "sem utilidade prática".

A ideia de se desfazer das fazendas destinadas às pesquisas integra um projeto mais amplo, que envolve a venda de 79 imóveis, incluindo áreas do DER (departamento de estradas), para arrecadar R$ 1,43 bilhão. Ele é questionado na Justiça pelo deputado Carlos Neder (PT).

O Centro de Engenharia e Automação, de Jundiaí, é um dos espaços atingidos. No local, há 40 projetos em andamento, feitos por 12 pesquisadores e 22 funcionários, diz a associação de pesquisadores.

A entidade menciona a presença no local de um conjunto de laboratórios, estruturas de campo e de transferência tecnológica para produtores, além de pista de ensaio de tratores e outros veículos agrícolas com 1 km.

"Como esses conjuntos de infraestrutura não podem ser transferidos, os prejuízos nas atividades de pesquisa serão enormes", diz Azevedo Filho.

Em Brotas, são relatados dez projetos sobre avicultura em andamento, com investimento recente na recuperação da infraestrutura e pastagem sob cerrado, ambiente incomum entre as unidades de pesquisa do Estado.

No centro de Gália, pesquisadores citam comprometimento de projetos para a agricultura familiar, como as pesquisas sobre bicho-da-seda.