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Vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, Randy Schekman participa de encontro na USP (6 notícias)

Publicado em 26 de novembro de 2024

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A USP recebeu, no dia 25 de novembro, o vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina 2013, Randy Schekman. O pesquisador ministrou a palestra “O papel dos genes, das células e da ciência básica nas descobertas e nas doenças”.  A vinda de Schekman a São Paulo faz parte do programa Nobel Prize Inspiration Initiative, um programa da Nobel Media, apoiado pela farmacêutica AstraZeneca, que leva premiados pelo Nobel para centros educacionais e de pesquisa de diversos países com o objetivo de inspirar os jovens e torná-los mais envolvidos com as questões científicas.

Realizado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o evento, que foi aberto ao público, reuniu, no Auditório István Jancsó, no complexo da Biblioteca Brasiliana, em São Paulo, cerca de 300 estudantes de diversas instituições e também de fora do Brasil.

Formado pela Universidade de Stanford e professor da Universidade da Califórnia desde 1976, Randy Schekman nasceu nos Estados Unidos em 1948 e recebeu o Nobel juntamente com James Rothman (EUA) e Thomas Südhof (Alemanha) como resultado de descobertas científicas a respeito de um processo celular conhecido como transporte vesicular, cuja compreensão permitiu um avanço relevante na abordagem de diversas doenças, entre elas, tétano e diabetes. O cientista ajudou a fundar a revista eLife, que se propõe a acelerar o processo de publicação e tornar a ciência mais ampla e acessível por meio de uma publicação de acesso livre e revisão aberta. 

“Estamos extremamente orgulhosos em receber um prêmio Nobel aqui em nossa Universidade e felizes pela grande oportunidade que essa visita representa para nossos alunos e pesquisadores. Sabemos o quanto sua trajetória nos ajuda em nossas pesquisas e estudos. Apesar de tantos avanços recentes, ainda há muito a ser descoberto para um desenvolvimento ainda maior das pesquisas médicas e queremos fazer parte disso”, celebrou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, em sua fala de apresentação. 

O presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, também deu as boas vindas ao convidado: “Um cientista de tamanha importância, com uma premiação tão robusta, poderia estar simplesmente aposentado, mas decidiu que não iria parar. Ao contrário, segue ativo e entusiasta, inspirando novas gerações a pesquisar mais sobre a biologia e buscar soluções para combater as mais variadas doenças”, destacou. 

Inspiração para os mais jovens

No bate-papo com o público, além de explanar a respeito dos aspectos biológicos envolvidos nas pesquisas médicas, o convidado também abordou algumas passagens inspiradoras a respeito de sua vida. Ao final, houve uma sessão de perguntas e respostas.

Schekman contou que seu interesse pela ciência começou ainda na infância, graças a um microscópio de brinquedo que ganhou de presente aos 10 anos de idade. Curioso, começou a usar o equipamento para observar diversos materiais e notou organismos vivos que movimentavam-se nas lentes. A euforia começou a crescer de modo que o garoto passou a perseguir o objetivo de adquirir um microscópio mais profissional, que custava US$ 100, um valor alto para suas condições da época, o que o motivou a juntar dinheiro fazendo pequenos bicos de trabalho.

O dinheiro, no entanto, acabava sendo tomado emprestado continuamente pelos seus pais até que ele, um dia, foi de bicicleta até a delegacia local e denunciou o “roubo”. Ao final, o menino acabou conseguindo ter seu primeiro microscópio Bausch & Lomb verdadeiro, dando início a décadas de descobertas preciosas para a saúde mundial. 

A história de vida de Schekman está interligada à sua trajetória profissional de forma marcante especialmente desde 2017, quando sua esposa, Nancy, faleceu após vinte anos com o diagnóstico de Doença de Parkinson. Naquele momento, já um cientista consagrado e premiado, encontrou motivação para um novo ponto de partida e aceitou um convite para liderar uma grande linha de pesquisa, alinhando a ciência básica com a doença, e que conta, hoje, com quase 200 pesquisadores em 14 países.

Chamada de Asap (sigla em inglês para Aligning Science Across Parkinson’s), a iniciativa é liderada pela fundação mantida pelo ator Michael J. Fox, que também é portador da doença, com financiamento do fundador do Google, Sergei Brin, o maior doador individual para a pesquisa da doença no mundo. Brin descobriu que sua chance de desenvolver o Parkinson é maior do que a da população em geral devido a uma mutação genética, o que impulsionou seu envolvimento com a causa.

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