O impacto internacional da produção científica da região é revelado em reportagem publicada na revista Veja desta semana. Intitulada "Os melhores brasileiros", a matéria mostra os 12 cientistas brasileiros cujos trabalhos são os mais citados em publicações internacionais. Entre os cinco cientistas paulistas da lista, está o professor Elson Longo, da Universidade Federal de São Carlos.
Longo é diretor do Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos 10 centros de excelência (CEPIDs) - Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão - mantidos pela FAPESP
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Para chegar aos doze brasileiros de maior influência internacional. Veja fez um levantamento num grupo de 100.000 pesquisadores do país, a partir de consulta no mais respeitado banco de dados do mundo, o Essential Science Indicators (ESI), o qual faz a indexação dos principais jornais e revistas científicos.'
O impacto de uma descoberta sobre o mundo científico é medido pelo número de vezes em que ela é citada por outros cientistas em periódicos científicos internacionais. Referências em suas áreas de atuação, esses 12 cientistas são autores de descobertas, teorias e criações utilizadas por pesquisadores de todo mundo para produzir conhecimento e desenvolver novas tecnologias, ou seja, pelo critério do ESI, são os brasileiros de maior impacto na ciência mundial.
O pesquisador Elson Longo disse ontem que o índice apresentado por Veja é resultado de um trabalho de equipe, que vem sendo realizado há mais de 20 anos. "Não é o reconhecimento de trabalho particular, mas sim extensivo à toda equipe, incluindo alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado", disse Longo. O Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), coordenado pelo professor Elson Longo, conta atualmente com 67 pessoas na UFSCar, e cerca de 40 no Instituto de Química da Unesp, em Araraquara, desde alunos de iniciação científica até o pós-doutorado.
A produção científica do LIEC pode ser medida pelo volume de artigos publicados.
"Registramos um crescimento exponencial da nossa produção científica. Em 2003, foram publicados 51 artigos científicos e neste ano já somam 63. Em torno de 95% dos artigos são publicados em revistas internacionais", disse Longo. Transformar conhecimento em tecnologia, riquezas e em prego é um desafio no Brasil. E a equipe do professor Longo tem se destacado também em parcerias com as indústrias. Um exemplo é parceria entre o LIEC e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) cujos projetos resultaram em melhorias de processos e produtos, que já garantiram cerca de 100 milhões de dólares de retorno à empresa. Outro exemplo é a parceria entre o LIEC e a Faber-Castell de São Carlos, cujas pesquisas resultaram no desenvolvimento de um grafite mais resistente, macio e com maior intensidade de cor, proporcionando ganhos de mercado à empresa.
Notícia
O Imparcial (Presidente Prudente, SP)