O Brasil é referência mundial na produção e uso de biocombustíveis, representando aproximadamente metade do consumo de combustíveis no país. Os biocombustíveis são utilizados diretamente em veículos flex ou misturados à gasolina ou diesel. Atualmente, o percentual de etanol adicionado à gasolina é de 27%, com projeções de aumento para 35%. Estudos apontam a viabilidade desse aumento e ressaltam os benefícios dos biocombustíveis na redução das emissões de gases de efeito estufa, o que é crucial diante da crise climática global.
No entanto, há uma tendência global de eletrificação do transporte, impulsionada por argumentos ambientais e interesses econômicos. O Brasil se depara com o desafio de escolher entre manter o uso de biocombustíveis e aumentar sua participação na matriz energética ou aderir aos veículos elétricos. Questões sobre os prós e contras de cada opção, bem como a possibilidade de combinar ambas as tecnologias, são temas que serão explorados pelo pesquisador Luiz Augusto Horta Nogueira na 10ª Conferência FAPESP 2024: “O Futuro dos Combustíveis para a Mobilidade no Brasil”.
Horta Nogueira, professor de sistemas energéticos na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e pesquisador associado do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp), abordará essas questões na conferência que acontecerá amanhã. Entre os tópicos a serem discutidos, destaca-se a importância dos veículos híbridos, que combinam os benefícios da eletricidade com os biocombustíveis, proporcionando eficiência energética e baixas emissões.
Enquanto a eletrificação do transporte ganha destaque globalmente, com pressões europeias em prol dos veículos elétricos, Horta Nogueira defende a importância de considerar a viabilidade e sustentabilidade dos biocombustíveis. Ele ressalta que os motores a combustão têm seu lugar, desde que utilizem combustíveis renováveis e de baixo impacto ambiental, como é o caso dos biocombustíveis.
Na perspectiva internacional, países como Índia e Japão também estão investindo em programas de biocombustíveis. A Índia, por exemplo, adotou um programa avançado de produção de etanol veicular, alinhado com a crescente preocupação ambiental e a busca por alternativas sustentáveis. Montadoras japonesas e coreanas, como Toyota e Honda, estão priorizando os veículos híbridos, destacando a importância de combinar eletrificação com biocombustíveis para atender a demanda global de mobilidade sustentável.
Informações da Agência FAPESP
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