A variante de Manaus dribla até 61% da imunidade e reinfecta. Esse é o resultado de estudo feito em conjunto por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Oxford, da Inglaterra, divulgado nessa terça-feira (2).
Segundo os cientistas, em apenas sete semanas, a P.1 se tornou a linhagem do Sars-CoV-2 mais prevalente em Manaus (AM).
A informação, divulgada pelo “Metrópoles”, aponta que os primeiros casos de infecção com a cepa foram registrados ainda em novembro de 2020, de acordo com estudo.
Então, a variante brasileira do novo coronavírus, chamada de P.1, é mais transmissível do que as cepas anteriores em circulação no país e mais resistente aos anticorpos que combatem o vírus.
Ao mesmo tempo, a equipe coordenada pela imunologista e professora do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, e pelo pesquisador da Universidade de Oxford, Nuno Faria, avaliou a análise genômica de 184 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes diagnosticados com a doença entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, em um laboratório de Manaus.
Reinfecção
A mensagem que os dados passam é: mesmo quem já teve covid-19 precisa continuar se precavendo. A nova cepa é mais transmissível e pode infectar até mesmo quem já tem anticorpos contra o novo coronavírus”, disse Sabino à agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Assim como, a pesquisadora que a nova cepa também demonstrou ser capaz de driblar o sistema imunológico de 25% a 61% das pessoas diagnosticadas previamente com Covid-19 e causar uma nova infecção.
“Foi isso que aconteceu em Manaus. A maior parte da população já tinha imunidade e mesmo assim houve uma grande epidemia”, afirmou Sabino.
A descoberta acende um alerta sobre a eficácia das vacinas no combate à covid-19, em especial neste momento em que aumentam os casos relacionados à variante brasil.
Com informações do Metrópoles.