O Consórcio Internacional HapMap, que reúne mais de 200 cientistas de diversos países, acaba de completar um mapa das diferenças genéticas do homem. O trabalho deve acelerar a busca por genes relacionados a doenças como diabetes, asma, câncer ou cardíacas.
Em artigo que ganhou a capa da edição de 27 de outubro da revista Nature, os pesquisadores descrevem os resultados iniciais do projeto. O trabalho indica que a variação no genoma humano está organizada em regiões do DNA conhecidas como haplótipos, blocos de informação transmitidos de geração em geração.
Em outubro de 2002, o projeto foi anunciado com o ambicioso objetivo de criar, em apenas três anos, um mapa dos haplótipos humanos, o HapMap. No artigo agora publicado, os responsáveis descrevem que a meta foi alcançada em parte, com a descrição do mapa da fase 1, que consiste em mais de 1 milhão de marcadores de variação genética — chamados de polimorfismos nucleotídicos simples (SNPs, na sigla em inglês).
O consórcio também está próximo de completar a segunda fase do mapa, que conterá cerca de três vezes mais marcadores genéticos e deverá permitir que os cientistas realizem buscas ainda mais precisas em regiões específicas do genoma humano.
"Trata-se de um marco para a pesquisa médica. Construído a partir da fundação lançada pelo seqüenciamento do genoma humano, o HapMap oferece uma nova e poderosa ferramenta para a exploração das raízes de doenças comuns ", disse um dos líderes do estudo, David Altshuler, do Instituto Broad, mantido pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em comunicado do Instituto de Pesquisa do Genoma Humano, nos Estados Unidos.
Geneticamente, os humanos são idênticos em 99,9%, não importa quem sejam ou onde estejam. Por conta disso, é fundamental conhecer o restante 0,1%, onde se encontram as diferenças que fazem com que uma pessoa seja mais suscetível do que outra a determinada doença, ou que responda melhor a um certo medicamento. Pode parecer pouco, mas esse 0,1% corresponde a cerca de 10 milhões de variações.
Agência Fapesp
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