A mineradora Vale ainda acredita num crescimento econômico do Brasil acima de 6% no próximo ano. Para justificar tal previsão, o presidente da empresa, Roger Agnelli, disse que o Brasil termina o ano de 2009 muito bem e vai crescer no ano que vem acima de 6%. A gente tem que estar feliz, porque saímos à frente da crise.
Para o executivo, a avaliação de que o resultado de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ante o trimestre anterior veio abaixo das estimativas dos analistas econômicos não muda o quadro. Se (o crescimento) for zero, não importa, porque comparado com as projeções feitas no início do ano estamos terminando o ano em um cenário muito melhor, ressaltou.
Agnelli ressaltou que o ano de 2009 no país está em uma situação muito melhor do que se poderia sonhar, ante o desastre que foi preanunciado no final de 2008. Ele comentou que em uma recente viagem feita pela Ásia, Europa e Estados Unidos, constatou que apenas no mercado norte-americano ainda não foram registrados sinais consistentes de recuperação.
Mineração
O presidente da Vale também está otimista no que diz respeito a mineração, por entender que a mineração viverá um momento muito bom no próximo ano. Não comentou, porém, sobre as perspectivas para as negociações de preços de minério de ferro para 2010.
Nesta quinta-feira foram divulgadas informações da consultoria de Siderurgia Britânica Meps International de que as maiores siderúrgicas e mineradoras do mundo deverão acertar um aumento de 20% para o preço anual de referência do produto a partir do próximo ano.
Da mesma forma, a Baosteel, maior siderúrgica da China em produção, poderá elevar pela primeira vez em quatro meses os preços de produtos siderúrgicos em até US$ 73/tonelada em janeiro, conformo informou o jornal China Daily.
Modernização da malha ferroviária
O presidente da Vale esteve nesta quinta-feira na capital mineira para o lançamento do Instituto Tecnológico Vale (ITV), que prevê investimentos de R$ 120 milhões em parceria com três agências de fomento à Pesquisa no Brasil. A companhia pretende construir uma unidade do ITV em Ouro Preto (MG), especializada na produção de pesquisas científicas em temas de Mineração.
A segunda unidade será instalada em São Paulo, voltada para inovações em energia, em parceria com o centro tecnológico da Vale Soluções em Energia (VSE) em São José dos Campos (SP) e a terceira será implantada em Belém, (PA), para priorizar pesquisas em Desenvolvimento Sustentável. As agências de fomento envolvidas no Programa são as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp).
Agnelli espera iniciar o mais rapidamente possível as obras para a modernização da malha ferroviária na região metropolitana de Belo Horizonte. O acordo, firmado em novembro, entre a companhia e o Ministério dos Transportes, prevê investimentos de R$ 137,5 milhões na região que, de acordo com o executivo pode ser considerado o segundo maior gargalo ferroviário do Brasil.
Queremos fazer logo a licitação e iniciar as obras o quanto antes. O dinheiro está no caixa, disse ele. A expectativa é de que até março de 2010 seja lançada a pedra fundamental do projeto.
Segundo a mineradora, os investimentos serão aplicados em parceria com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) na redução das interferências das ferrovias em 10 bairros da região metropolitana de Belo Horizonte, a partir da eliminação de passagens em nível, construção de três passarelas, viadutos rodoviários, dois viadutos ferroviários e uma trincheira.
O pedido de licenciamento ambiental já foi protocolado no Ibama. Segundo o executivo, o acordo vem sendo negociado entre a companhia e o governo federal desde 1992. O objetivo do projeto é facilitar a movimentação de cargas entre as regiões Sudeste e Nordeste do País e melhorar a ligação entre as ferrovias Centro-Atlântica e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).
Agnelli anunciou também que a companhia pretende solucionar até o final do ano o tráfego de caminhões de minério de ferro pela BR-040 (que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro). A partir de janeiro a Vale não vai trafegar mais pela BR-040, mas pretendemos passar por vias paralelas. Os estudos de impacto ambiental deverão ser entregues em janeiro.