Fabricação de vacina contra dengue do Instituto Butantan está em fase inicial e imunização em massa só deve começar em 2026
A ministra da Saúde, Nísia Trindade , afirmou nesta quarta-feira (22) que o Instituto Butantan segue avançando na produção de sua vacina contra a dengue , a Butantan-DV , mas destacou que a escala de fabricação atual ainda não é suficiente para uma campanha de imunização em massa neste ano de 2025.
Caso aprovada, a Butantan-DV será a primeira vacina de dose única no mundo para combater os quatro sorotipos do vírus da dengue ( DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 ), oferecendo proteção para pessoas entre 2 e 59 anos . Estudos clínicos publicados na revista científica The Lancet Infectious Diseases demonstraram eficácia e segurança do imunizante.
Durante uma coletiva de imprensa, Nísia Trindade reforçou a importância da vacina, mas ressaltou que a escala atual de produção é um desafio:
“O Butantan está produzindo, mas não há previsão de vacinação em massa neste ano de 2025, independentemente da aprovação pela Anvisa, porque é preciso ter escala nessa produção”.
A ministra também afirmou que o Ministério da Saúde está investindo em ações de vigilância em parceria com estados e municípios, além de planejar uma reunião com o Ministério da Educação para intensificar as campanhas de prevenção e conscientização nas escolas.
Produção e aprovação da vacina
O Butantan anunciou o início da produção da vacina, mas estima fabricar apenas 1 milhão de doses em 2025 , com previsão de alcançar 100 milhões de doses nos próximos três anos
A vacina está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , que ainda não aprovou o imunizante para distribuição e aplicação.
O processo de aprovação segue o modelo de submissão contínua, e a documentação final foi enviada em 16 de dezembro. A expectativa é que a Anvisa conclua a análise até meados de março.
Enquanto a Butantan-DV aguarda aprovação, o Brasil conta com a Qdenga , produzida pela farmacêutica japonesa Takeda
A Qdenga requer duas doses para imunização e é aprovada para pessoas entre 4 e 60 anos
Apesar de estar disponível, a capacidade de produção limitada e o alto custo dificultam o acesso: na rede pública, a vacinação está restrita a crianças de 10 a 14 anos de 1.920 municípios selecionados; na rede privada, o preço de cada dose ultrapassa R$ 300