Em um momento em que tem aumentado o número de casos de Covid no Brasil, uma pesquisa científica confirmou a importância das vacinas para proteger vidas.
A linha de frente dos balcões das farmácias deu o alerta. Depois de um período de calmaria, o número de testes para identificar a Covid deu um salto. Só nos primeiros 13 dias de novembro, a procura superou a de todo o mês de outubro e a porcentagem de testes com resultado positivo dobrou. E o avanço foi sentido nos hospitais.
O avanço foi sentido nos hospitais. No estado de São Paulo, a média móvel de internações por Covid subiu 172% em duas semanas.
Os números do consórcio de veículos de imprensa também chamam a atenção. A média móvel de casos registra alta de 240% em relação há duas semanas. Já o avanço da média de mortes é bem menor: 18%.
E os médicos e cientistas não têm dúvida: é a vacina que, apesar dessa nova onda de Covid, continua evitando o pior, como multiplicação dos casos muito graves e uma explosão no número de óbitos.
“Se você me perguntar hoje quem é que está se internando nos hospitais, são os pacientes não vacinados ou incompletamente vacinados. Então, apesar de a gente estar adoecendo com essa subvariante, tendo um quadro clínico, lógico, incômodo, mas não é grave, o número de hospitalizações e mortes felizmente é muito baixo. Então, por isso que a gente sempre está dando esses alertas no sentido de que, eventualmente, quem ainda não se vacinou ou não fez seus reforços, que faça o mais rápido possível”, afirma a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas.
Uma comprovação dos efeitos da imunização acabou de ser publicada na revista científica britânica Lancet. Um grupo de cientistas brasileiros de vários centros de pesquisa calculou que os primeiros oito meses de vacinação salvaram a vida de até 63 mil idosos e evitou até 178 mil internações dessa faixa etária no país. Poderia ter sido mais.
“Se a gente tivesse vacinado, ao invés daquele ritmo pequeno, baixo, que a gente teve em janeiro de 2021, se a gente tivesse vacinado como a gente vacinou em fevereiro, em março, a gente consegue ver que teria salvado mais 50 mil vidas nessa faixa etária de maiores de 60 anos. O impacto da vacinação seria muito maior”, diz o físico Leonardo Souto Ferreira, autor do artigo.
Fonte