Estudo também aponta que 104 mil internações não teriam acontecido se imunização tivesse começado mais cedo no Brasil
A morte de 47 mil idosos brasileiros por Covid-19 poderia ter sido evitada se o país tivesse iniciado mais cedo – e de forma mais acelerada – a vacinação contra a doença. É o que estima pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em estudo publicado nesta segunda-feira, 21, na revista científica “The Lancet Regional Health Americas”. Para dimensionar o número de vidas que poderiam ter sido salvas, os cientistas se baseiam em um modelo estatístico, simulando cenários alternativas sem vacinação ou com imunização mais rápida, calculando a diferença entre as situações hipotéticas e o efetivamente realizado. Considerando o período de janeiro a agosto de 2021 – que marcaram os primeiros oito meses da campanha de imunização -, eles concluíram que 104 mil internações poderiam ter sido evitadas se a vacinação tivesse começado mais cedo e 47 mil vidas teriam sido preservadas. “Demonstrando a importância de prevenir o sofrimento e a perda dos idosos brasileiros. Depois que as vacinas foram aprovadas, um lançamento precoce da vacinação poderia ter salvado muito mais vidas, especialmente ao enfrentar uma pandemia”, diz o estudo. Ao mesmo tempo, os pesquisadores também apontam que, no mesmo período de estudo, as vacinas salvaram de 54 mil a 63 mil idosos e também evitou cerca de 178 mil internações de doentes com 60 anos ou mais. Até o momento, o Brasil registra mais de 689 mil mortes em decorrência de infecções pelo coronavírus. O número de casos ultrapassa os 35 milhões de registros da doença.