Pesquisa realizada em Serrana (SP), cidade do interior de São Paulo, comprovou que a vacinação em massa reduziu as taxas de morte e casos graves da doença mesmo durante a circulação das variantes gama e delta.
Os cientistas mostraram que a dinâmica de substituição do vírus na cidade foi semelhante ao restante do país. Começou com as linhagens B.1.1.28 e B.1.1.33, para gama, delta e ômicron. Em Serrana, a pesquisa indicou que a maioria dos casos para as 3 variantes foi leve – 88,9%, 98,1%, 99,1%, respectivamente. No período a taxa de vacinação na cidade era de 80%.
Os pesquisadores fizeram análises em 4.375 genomas completos no período entre junho de 2020 e abril de 2022 – período entre a introdução inicial do SARS-CoV-2 até o processo de vacinação com ao menos duas doses.
Com o monitoramento, foi possível detectar a variante C.37, que circulou intensamente em países andinos, mas sem disseminação significativa no Brasil.
O estudo foi publicado na revista científica “Viruses“ e é parte do Projeto S, pesquisa realizada pelo Instituto Butantan com o apoio da Fapesp para monitorar a efetividade da vacinação em Serrana.
Dos 4.375 genomas analisados na pesquisa, foram identificados 1.653 casos com a variante delta (37,8%), 1.053 de gama (24,1%), 1.513 de ômicron (34,6%), 75 de zeta (1,7%) e 81 referentes a outras linhagens (1,9%). Embora houvesse participantes de todas as idades, a maioria tinha entre 21 e 50 anos.
Os pesquisadores afirmam que a aplicação da vacina esteve relacionada à redução da morbidade e mortalidade, especialmente durante as ondas de gama e delta. Comparam com a cidade de São José do Rio Preto (SP), a cerca de 200 km de Serrana, onde durante a onda da variante gama houve maior taxa de mortalidade entre jovens não vacinados.
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Com informações da Agência FAPESP.