A ministra da Saúde, Nísia Trindade, sinalizou neste sábado que a produção da vacina contra dengue pode ser ampliada com a ajuda do Instituto Butantan e da Fiocruz.
A baixa capacidade de produção da produtora Takeda é o principal fator para restrições de idade e região na vacinação que começa em fevereiro.
O ministro se reuniu esta manhã com o diretor do Butantan, Esper Kallás, e com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, para discutir o assunto. O interesse do Governo na parceria foi antecipado pelo jornal “O Globo” em janeiro.
“Tivemos uma reunião importante com o diretor do Butantan e da Fiocruz para ampliar a vacinação Qdenga e a vacina do Butantan. Vamos trabalhar juntos. No caso da Fiocruz, não só com capacidade própria, mas também nos ajudando a organizar possíveis parceiros privados para expandir a vacina”, disse o ministro.
Questionado sobre a distribuição das 750 mil doses que chegaram ao país no dia 20 de janeiro e o início da vacinação, Trindade disse não haver data. No total, 521 municípios deverão receber doses este ano. A vacina será destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
“Essas doses que chegam, como todas as vacinas que chegam, passam por um processo de avaliação na Anvisa, porque têm que chegar dentro do cumprimento, da estabilidade, de uma série de regras. Uma vez divulgados, eles serão distribuídos dentro, é claro, de uma priorização baseada naquela lista de municípios. Não temos essa definição hoje, mas teremos na próxima semana”, afirmou.
Foram selecionadas cidades com mais de 100 mil habitantes e com alta transmissão de dengue, com predomínio do sorotipo dois. A vacinação abrangerá todas as regiões do país. As doses adquiridas são suficientes para vacinar 3,2 milhões de pessoas este ano. Para 2025, segundo o ministério, estão garantidas 9 milhões de doses. Para crianças menores de 10 anos, adolescentes maiores de 14 anos, adultos e idosos, ainda não há previsão de início da vacinação.
A afirmação foi feita após a primeira reunião do Centro de Operações de Emergência de Arboviroses (COE), equipe que vai monitorar a propagação da dengue no país. A função do COE será realizar reuniões diárias para monitorar a situação epidemiológica da doença e as ações de resposta emergencial em andamento. Serão produzidos relatórios diários, semanais ou mensais.
O ministro negou que haja epidemia de dengue em nível nacional. Segundo ela, a doença está concentrada em três regiões. “Temos situações epidêmicas em alguns municípios, como Rio de Janeiro, Distrito Federal, Acre, Minas Gerais. Temos concentração nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, mas isso não caracteriza uma emergência nacional, mas sim uma epidemia local”.
Originalmente publicado em https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/02/03/vacinacao-contra-dengue-pode-ser-ampliada-junto-com-laboratorios-locais-diz-ministra.ghtml