A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta 4ª feira (28.ago.2024) que a vacinação contra a dengue não será a principal estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o combate à doença em 2025. Segundo o órgão, o SUS (Sistema Único de Saúde) não tem doses suficientes para uma campanha de imunização em larga escala no próximo ano.
Em um café da manhã com jornalistas, a ministra destacou que a vacina em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, com 89% de eficácia contra as formas graves da dengue, é a principal aposta do SUS. “A vacina é uma estratégia que vamos continuar a utilizar, mas não é a principal estratégia para 2025. Pode ser que venha a ser para 2026, a depender do desenvolvimento da vacina do Butantan”, afirmou, segundo a Folha de S.Paulo.
Nísia afirmou ainda que a produção da vacina Qdenga, fabricada pela Takeda, enfrenta desafios na “transferência de tecnologia” por causa de limitações na entrega em larga escala dos ingredientes. A empresa negocia uma parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a produção local dos imunizantes.
O plano nacional contra a dengue, que deve ser lançado na 1ª quinzena de setembro, focará no combate ao Aedes aegypti, com o uso de tecnologias como a Wolbachia. O método consiste em liberar mosquitos infectados com a bactéria, que impede o desenvolvimento do vírus.
O Ministério da Saúde afirmou que a falta de doses suficientes para uma campanha de imunização mais ampla em 2025 não é um “problema” exclusivo do SUS, mas, sim, um reflexo de uma escassez generalizada dos imunizantes. Em janeiro de 2024, o órgão incorporou a 1ª vacina contra a dengue ao SUS, destinada a crianças de 10 a 14 anos.
Sérgio Peron