Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicaram uma carta no Journal of Medical Virology na qual atestam a eficácia das vacinas contra a Covid-19 através de análise das mutações genéticas das cepas do coronavírus. Os cientistas afirmam que há apenas uma mutação genética exclusiva da Ômicron – as outras já haviam sido descritas anteriormente.
Os cientistas atribuem esse fator ao relativo baixo número de óbitos e hospitalizações atuais em relação a outras cepas, uma vez que a vacina gera resposta imune às características da Ômicron.
+ Ômicron está por trás de quase todas as infecções por Covid na Itália, diz órgão de saúde
+ O devastador impacto da variante Ômicron no cenário emocional das empresas
“Os dados disponíveis até agora nos fazem crer que as vacinas atuais são de fato eficazes, respeitando as devidas proporções, contra todas as variantes do vírus. E possivelmente serão contra as outras cepas que vierem a surgir”, afirma Ricardo Durães Carvalho, coordenador do estudo, à agência Fapesp.
O mesmo pesquisador publicou, em outubro de 2021, um artigo na revista científica medRxiv, em processo de revisão por pares, em que descreve uma série de mutações compartilhadas pelas diversas variantes do coronavírus.
Os pesquisadores da Unifesp analisaram mais de 200 mil genomas do SARS-CoV-2 e outros coronavírus humanos para identificar as mesmas mutações em diferentes cepas, o que pode servir como alvo de futuras vacinas.
“A Ômicron corrobora nosso estudo. Das 35 mutações da variante existentes na proteína spike (utilizada pelo vírus para penetrar nas células humanas), apenas uma não era conhecida”, explica Carvalho.
“Isso pode explicar por que a vacinação tem sido eficaz, embora nenhuma vacina tenha sido planejada especificamente para a Ômicron. Apesar de não impedirem a transmissão, os imunizantes têm evitado mais casos graves e mortes quando comparamos com outras ondas ocorridas quando não havia vacinas”, diz Robert Andreata Santos, que faz estágio de pós-doutorado na Unifesp.