Uma vacina gênica (ou de DNA) desenvolvida na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto para combater a tuberculose será aplicada, dentro de três meses, em um grupo restrito de pessoas com câncer de cabeça e pescoço que não respondem mais a qualquer outro tratamento Em laboratório, a vacina se mostrou eficaz também contra leishmaniose, alguns tipos de doenças reumáticas e tuberculose bovina.
Coordenada pelo professor Célio Lopes Silva, uma equipe de pesquisadores desenvolveu, em 1990, a vacina gênica contra a tuberculose. Foi tomado um pedaço de DNA (o código genético que contém a mensagem para a célula fazer o antígeno) e inserido num retrovírus fabricado em laboratório pelas técnicas de engenharia genética. A vacina de DNA é baseada num pedaço do código genético do agente causador da doença.
Segundo reportagem publicada na Revista da Fapesp de novembro, nessa nova fase a vacina de DNA será aplicada também contra o câncer. Com a execução aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), os pesquisadores pretendem avaliar se o composto tem efeitos tóxicos, ainda não verificados em animais de laboratório, qual é a melhor dosagem e se realmente ela pode conter o avanço dos tumores.
Os resultados devem surgir seis meses depois dos primeiros testes e podem viabilizar um novo tratamento para o câncer, com menos efeitos indesejados que a quimio e radioterapia.
Em outros países têm sido feitos testes de vacinas gênicas contra Aids, hepatite e malária, além de vários tipos de câncer.
Segundo Kald Ali Abdallah, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP e um dos coordenadores do teste, não há relatos de reações adversas graves, apenas febre moderada e inchaço no local da aplicação.
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