Yuri Ferreira • Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) liberou testes clínicos em seres humanos da vacina Spintec. O imunizante contra a covid-19 desenvolvido pela Universidade Federal de Minais Gerais (UFMG) em parceria com a Fiocruz possui tecnologia 100% nacional.
O ensaio clínico da vacina será realizado com pessoas entre 18 e 85 anos, que fizeram seu esquema vacinal completo ou receberam dose de reforço até o momento dos testes.
Imunizante com tecnologia 100% brasileira e produção nacional entra em fase de testes clínicos e demonstra importância do investimento em pesquisa no país.
Como o fim destes primeiros ensaios clínicos não é atestar a capacidade do medicamento em reduzir os efeitos da covid, mas atestar a segurança da Spintec, os participantes já serão pessoas vacinadas contra a doença.
Os testes de fase 1 são apenas reveladores sobre a segurança do imunizante para uso humano. Somente os testes de fase 2 e 3 que demonstram a eficácia da vacina.
“Para a aprovação do ensaio clínico, a Anvisa realizou reuniões com a equipe da UFMG, a fim de alinhar todos os requisitos técnicos necessários para os testes e avaliou todas as evidências apresentadas, em caráter prioritário”, afirmou a agência nesta segunda.
“Os ensaios clínicos são os estudos de um novo medicamento realizados em seres humanos. A fase clínica serve para validar a relação de eficácia e segurança do medicamento e também para validar novas indicações terapêuticas”, completa a agência.
Vacina contra a covid-19 do Butantan é fabricada no Brasil, mas tinha tecnologia desenvolvida pela SinoVac, empresa chinesa.
A vacina utiliza duas partes do vírus que causa a Sars-Cov-2 para treinar o sistema imunológico contra a doença. Uma das partes é o Spike (S) e a outra é nucleocapsídeo (N).
“Estamos prontos para começar”, conta à Agência FAPESP Ricardo Tostes Gazzinelli, coordenador do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).