A baixa adesão ao programa de vacinação de dengue no Brasil, hoje disponível apenas para crianças entre 10 e 11 anos, tem levado ao Ministério da Saúde a discutir sobre a ampliação dessa faixa etária.
Uma das medidas necessárias para que isso aconteça é que as doses usadas no SUS, da QDenga, produzidas pelo laboratório japonês Takeda, possam se fabricadas no Brasil, como explica Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em entrevista ao podcast O Assunto desta terça-feira (5).
"Há também um acordo que está sendo construído entre a empresa japonesa e a Fiocruz pra produção aqui no Brasil. Transferência de tecnologia para Fiocruz com produção nacional."
Foi algo parecido com o que aconteceu em 2021, quando a Fiocruz assinou um contrato de transferência de tecnologia com AstraZeneca para produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para a produção dos imunizantes contra a Covid.
E como funciona um processo de transferência de tecnologia? Quem explica isso é Gonzalo Vecina, um dos fundadores da Anvisa e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, também em entrevista ao podcast.
Quem explica isso é Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em entrevista ao podcast O Assunto desta terça-feira (5).
"O primeiro obstáculo é o obstáculo jurídico. Tem que criar um ato jurídico que permita que o detentor da patente seja remunerado, porque ele não vai aceitar entregar patente para quem quer que seja. Então tem um ato jurídico que garante o pagamento de royalties para que aquele conhecimento seja transferido."
"O segundo obstáculo é o obstáculo técnico. Ou seja a fábrica que vai receber a possibilidade de produzir tem que se preparar para conseguir produzir."
Além da transferência de tecnologia, outra ação que deve permitir que mais pessoas sejam vacinadas está a produção de uma vacina nacional contra a dengue.
A vacina do Instituto Butantan contra a dengue está próxima de alcançar um marco importante em seu desenvolvimento: há expectativa que os dados que atestam sua eficácia sejam enviados para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste ano e que a aplicação das primeiras doses ocorra em 2025.
Fonte: G1