Doses atuais não funcionam contra o parasita mais prevalente no Brasil e destacam importância de imunizante nacional
Uma nova vacina brasileira contra a malária, a Vivaxin, tem patente solicitada e está prestes a iniciar testes em humanos. Desenvolvida pela USP e UFMG, a vacina é crucial contra o parasita prevalente no Brasil. A pesquisa visa preencher lacuna de vacinas nacionais e é uma esperança na luta contra a malária, que continua sendo um desafio de saúde pública na região amazônica.
A espécie é a causadora de malária responsável por mais de 90% dos casos mundiais e pelas formas mais graves da doença. No entanto, no Brasil, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 82,5% das infecções são provocadas pelo plasmodium vivax – que não é prevenido pelas vacinas atuais.
A pesquisadora lembrou ainda que não existe hoje uma vacina inteiramente brasileira, contra qualquer doença, que tenha sido criada no país, passado por todos os testes e, ao fim, aprovada para uso na população. A mais avançada é a SpiN-TEC, vacina contra a Covid-19 da UFMG que se encontra em fases avançadas dos testes clínicos.
Outros dados positivos, porém, já foram divulgados. Em abril, um artigo no periódico Vaccine mostrou que o imunizante induziu níveis altos de anticorpos em camundongos e coelhos, além de ter sido seguro e bem tolerado pelos animais. Os anticorpos reconheceram todas as formas do plasmodium vivax, conseguindo, em alguns casos, prevenir completamente a infecção.