Estudos anteriores foram encerrados de maneira trágica; cientistas da USP analisam estudo para produzir imunizante
Com as recentes mortes causadas pela febre maculosa, dúvidas sobre o assunto podem surgir, como por exemplo, se existe algum tipo de vacina que possa proteger contra os efeitos mais graves da doença.
Até então, nenhum imunizante chegou a ser aprovado, mas os pesquisadores buscam por uma alternativa e ela pode chegar em breve.
Cientistas Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo uma vacina que evita a proliferação de carrapatos e da bactéria responsável pela febre maculosa, a Rickettsia.
Em estudos anteriores, foi descoberto que essa bactéria conseguia dar um tempo de vida maior ao parasita, o carrapato estrela. Uma vez que ela desativa a apoptose (processo que resulta na morte programada de células), mais chances a bactéria tem de se multiplicar e infectar novas células.
Se forem encontrados bons resultados, a vacina será utilizada em animais vítimas dos carrapatos, como bois, cavalos e capivaras.
A pesquisa é financiada pela Fapesp, a Agência de Fomento à Pesquisa de São Paulo.
Estudos anteriores Mas buscas por uma solução não são de hoje. Nos anos 30, uma tentativa de produzir o imunizante foi realizada no Instituto Butantan, pelo cientista José Lemos Monteiro.
Porém, durante o estudo ele foi contaminado de forma acidental com a bactéria do carrapato e não resistiu. O seu companheiro de pesquisa, o técnico de laboratório Edison Dias, também se contaminou e morreu. Dessa forma, encerrando as análises na época.
Cuidados Depois disso, já foram descobertos antibióticos que são capazes de deter o avanço da bactéria e que são usados no tratamento da febre maculosa, desde que seja realizado na época certa.
Para isso, é necessário que a pessoa com suspeita da infecção informe durante o atendimento no serviço de saúde, se esteve recentemente em áreas de risco, como florestas e campos.
É importante ressaltar também que, caso esteja com o carrapato, não esprema o parasita com os dedos, pois a bactéria pode penetrar na pele. O ideal é que ele seja retirado com uma pinça.