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Vacina contra COVID-19 desenvolvida na USP mostra eficácia e segurança em testes com camundongos (44 notícias)

Publicado em 07 de janeiro de 2025

Testes realizados com camundongos demonstraram que o imunizante é seguro e eficaz, induzindo resposta imune contra o vírus e protegendo da infecção

Pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anunciaram avanços promissores no desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19

Testes realizados com camundongos demonstraram que o imunizante é seguro e eficaz, induzindo resposta imune contra o vírus e protegendo os animais da infecção. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports

De acordo com o pesquisador Gustavo Cabral de Miranda, líder do projeto financiado pela FAPESP, a nova vacina utiliza uma estratégia moderna baseada em partículas semelhantes a vírus (VLPs, na sigla em inglês).

“Essas partículas possuem características de um vírus, mas sem o material genético, o que elimina o risco de replicação e da doença. Isso garante eficiência, segurança e maior flexibilidade para atualização contra variantes preocupantes” , explicou.

Estratégia inovadora

As VLPs são proteínas virais estruturais que, sob condições específicas em laboratório, se autotransformam em partículas semelhantes a vírus. No caso da vacina contra a COVID-19 , essas partículas são combinadas à proteína spike do SARS-CoV-2, um antígeno que ativa o sistema imunológico e estimula a produção de anticorpos.

“Produzimos as VLPs em laboratório utilizando bactérias como minifábricas, o que facilita o processo e reduz os custos. Além disso, o imunizante desenvolvido não precisa de adjuvantes, substâncias normalmente usadas para potencializar a resposta imune. Isso barateia ainda mais a formulação e diminui a dependência de fornecedores externos”, destacou Cabral.

Tecnologia flexível e escalável

Outra vantagem do uso de VLPs é a possibilidade de adaptar a plataforma tecnológica para o desenvolvimento de vacinas contra diferentes vírus, como o da zika. Segundo Cabral, basta substituir o antígeno, como a proteína spike no caso da COVID-19, por uma proteína do vírus alvo.

“Essa flexibilidade torna a tecnologia VLP uma base promissora para diversas vacinas, uma abordagem que já está sendo explorada em nosso laboratório” , afirmou.

A pesquisa representa um importante avanço na busca por soluções mais acessíveis e adaptáveis no combate a doenças virais.