Desde 2022, o Instituto Butantan vem trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a dengue.
Os resultados da última etapa dos estudos foram divulgados no periódico The New England Journal of Medicine nesta quinta-feira (1). De acordo com o material, a vacina de dose única apresenta uma eficácia de quase 80%.
A vacina também mostrou uma eficácia diferenciada para os diferentes sorotipos da dengue. Para o sorotipo DENV-1, a eficácia foi de 89,5%, enquanto para o DENV-2 foi de 69,6%. Não foram detectados casos de infecção pelos sorotipos DENV-3 e DENV-4 durante o período de acompanhamento. O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, destacou que a vacina acumula "mais informações contra os tipos 3 e 4, incluindo a indução de anticorpos contra a dengue".
Os quatro sorotipos da dengue são diferentes cepas do vírus, e todos eles podem causar a doença em humanos. Quando uma pessoa é infectada por um sorotipo específico, ela desenvolve imunidade duradoura contra esse sorotipo, mas não contra os outros três. Isso significa que uma pessoa pode ser infectada por mais de um sorotipo ao longo da vida.
A existência de múltiplos sorotipos da dengue torna a prevenção e o controle da doença mais complexos, pois é necessário abordar cada sorotipo de forma específica nas estratégias de vacinação.
Em relação aos efeitos colaterais, a vacina pode causar dor de cabeça, fadiga, erupções avermelhadas na pele e dor muscular no local da aplicação nos primeiros 21 dias após a injeção.
Segundo Dimas Covas, ex-diretor do Instituto Butantan, a publicação dos resultados iniciais do estudo clínico, que envolveu mais de 16 mil voluntários, mostrou uma alta eficácia com apenas uma dose, o que diferencia essa vacina das outras disponíveis.