A alta nos casos de dengue no Brasil exigiu que três estados, além do Distrito Federal, decretassem estado de emergência nesta semana. Segundo a Agência Brasil, somente em Goiás, foram mais de 22 mil casos em 2024, incluindo duas mortes. Diante disso, a forma mais eficaz de combater a doença é a vacina contra a dengue. Felizmente, uma já está em uso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto outra deve ter liberação em 2025.
Só para ilustrar, Minas Gerais, Goiás, Acre e Distrito Federal registraram, juntos, mais de 40 mil casos da doença, incluindo confirmados e prováveis. A cidade do Rio de Janeiro também declarou emergência em saúde pública, em virtude dos mais de 20 mil casos suspeitos. Além de Goiás, o DF também confirmou seis mortes pela doença.
Atualmente, o SUS aplica o imunizante Qdenga, da farmacêutica Takeda. O aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) veio em março de 2023. Por outro lado, o Instituto Butantan encontra-em fase final de estudos e pode entrar para o sistema no próximo ano.
Como funciona cada vacina contra a Dengue?
A princípio, a Qdenga é produzida com o vírus da dengue atenuado. O que isso significa? Que, apesar de vivo, foi enfraquecido por testes laboratoriais, portanto, não causa a doença quando aplicado.
Pelo contrário, imuniza o organismo ao estimular a produção de anticorpos e células específicas para combatê-la e, assim, proteger a pessoa. Embora tenha sido aprovado em março de 2023, sua incorporação ao SUS só se deu em dezembro do mesmo ano.
Sendo assim, a distribuição para os municípios começou em fevereiro, focando em 521 cidades prioritárias pela incidência de casos. Primeiramente, o público-alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Contudo, quem está fora desta faixa pode tomar a vacina contra a dengue na rede privada. Cada pessoa precisa tomar duas doses para completar o esquema vacinal e, assim, assegurar a eficácia do imunizante.
Mas, atenção, pois no sistema particular, além da Qdenga, há outra vacina disponível! Trata-se da francesa Dengvaxia, indicada apenas para pessoas de 6 a 45 anos que já tiveram dengue.
Então, quem pode tomar a Qdenga? Qualquer pessoa de 4 e 60 anos, mesmo sem ter tido dengue. Os preços de cada dose dependem de onde a pessoa tomar. O intervalo enter as duas doses deve ser de três meses, mesmo para quem teve a doença. Mas, neste caso, precisa esperar seis meses antes de receber o imunizante.
E a vacina do Butantan?
A vacina do Butantan está em estudo há 15 anos e passou por três fases de testes. Da mesma formam que a Qdenga, também tem o vírus atenuado, mas com uma diferença importante.
Nela, há os quatro tipos de vírus, enquanto a vacina do laboratório Takeda contém apenas o subtipo DEV-2 atenuado. Ah, então só a do Butantan funciona contra todas as versões da doença? Não, ambos os imunizantes são eficazes, sobretudo contra a reinfecção.
Qual a eficácia da vacina contra a dengue?
De modo geral, a eficácia de cada vacina varia conforme diversos fatores. Por exemplo, idade, estado de saúde e histórico prévio da doença. De qualquer forma, o imunizante Qdenga teve as seguintes taxas:
63% de eficácia contra a doença sintomática de qualquer gravidade
85% na prevenção de hospitalizações devido à doença
No que diz respeito ao imunizante do Butantan, os resultados dos ensaios clínicos de fase 3 revelaram as seguintes taxas de eficácia:
73,5% para indivíduos sem histórico prévio de infecção
89,2% em pessoas que já tiveram dengue anteriormente
Eficácia geral de 79,6%
O melhor ainda é prevenir!
Embora tenhamos vacinas em uso e em vias de aprovação, a melhor forma de afastar a dengue é, sem dúvidas, prevenir! Neste sentido, o objetivo é evitar a criação de focos do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença. E as medidas são simples, por exemplo:
Manter caixa d’água sempre fechada, assim como barris e tonéis
Lavar semanalmente os tanques para armazenamento com água e sabão
Encher as bordas dos pratinhos de planta com areia
Manter calhas e laje sempre limpos e sem água acumulada
Prestar atenção nos potinhos de água do pet
Evitar que garrafas fiquem com a boca virada para cima
Enfim, são práticas fáceis, mas altamente eficazes para proteger da doença, assim como a própria vacina contra a dengue.
Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais.
É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.