A vacina brasileira que está sendo desenvolvida contra o vírus Zika (ZIKV) apresentou resultados promissores em testes realizados com camundongos.
De acordo com os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, não houve mortes entre os animais vacinados e a quantidade de vírus circulando no corpo deles foi bastante baixa, sendo indetectável em 42% dos casos.
A vacina é feita a partir do DNA do vírus, técnica semelhante a que é usada para a fabricação das vacinas de RNA.
“Geralmente, quando se fala em vacina, pensamos em materiais feitos de vírus atenuado ou inativado. As vacinas de DNA são uma tecnologia mais avançada. Nós desenhamos quatro formulações de vacina de DNA que codificam parte das proteínas que fazem a camada externa do zika. E selecionamos a que se mostrou mais eficaz”, explica Maria Sato, professora da USP, que participa do desenvolvimento da vacina.
Resultados de imunização contra o zika
A melhor formulação encontrada pelos pesquisadores foi aplicada em duas doses nos camundongos. Após o reforço, os animais foram infectados com o vírus Zika e receberam um preparado de células de defesa para se recuperarem.
No grupo controle, 20% dos animais morreram de zika vírus. Entre os que receberam a vacina, 100% sobreviveram. Os que não tomaram a vacina tiveram uma acentuada queda de peso nas primeiras semanas de infecção, o que mostra o impacto do vírus no organismo.
Os sobreviventes que não tinham sido imunizados apresentaram o vírus no cérebro mesmo após três semanas da infecção. Nada disso foi observado nos ratos imunizados.
Os resultados destes testes foram divulgados na revista científica Frontiers in Immunology em 31/1. Segundo os pesquisadores, uma limitação é que os anticorpos da vacina parecem não ter durado muito tempo no organismo, o que pode fazer com que sejam necessárias estratégias de reforço ao longo do tempo para garantir a imunidade ideal.
(Com informações da Agência Fapesp)