Notícia

Jornal do Comércio (RS) online

Vacina brasileira contra Covid-19 finaliza a fase 2 de testes clínicos, diz UFMG (97 notícias)

Publicado em 16 de maio de 2025

A fase 2 avaliou a imunogenicidade da vacina e envolveu o monitoramento de 320 voluntários

Na última quinta-feira (15), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou que a vacina contra Covid SpiN-Tec

finalizou a fase 2 dos testes clínicos . Trata-se do primeiro imunizante totalmente desenvolvido no Brasil a superar essa etapa de teste clínico. A SpiN-Tec é produzida pelo Centro Nacional de Vacinas (CT Vacinas), e tem coordenação da UFMG, com apoio financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e da prefeitura de Belo Horizonte.

A fase 2 avaliou a imunogenicidade da vacina. Em outras palavras, a sua capacidade de gerar resposta imune em um esquema de dose única como reforço após um esquema inicial completo com as vacinas monovalentes atualmente disponíveis contra Covid ( Coronavac Pfizer e AstraZeneca ) ou com reforço da bivalente há pelo menos seis meses.

Durante os estudos, que envolveram o monitoramento de 320 voluntários por 12 meses, com coletas de sangue e consultas médicas, metade dos voluntários recebeu uma dose da Spin-Tec e a outra metade da Pfizer bivalente.

A SpiN-Tec é formulada a partir de uma proteína do vírus , a Spike ou espícula (gancho molecular usado pelo vírus para entrar nas células) modificada para induzir a produção de anticorpos sem causar a infecção.

De acordo com os responsáveis pelo desenvolvimento do imunizante, o custo de fabricação da vacina produzida pelo CT Vacinas é menor do que as outras existentes no mercado, por envolver uma tecnologia que já é conhecida das farmacêuticas públicas e privadas brasileiras. Outro benefício apontado são os dados que indicam que a vacina se mantém estável por até dois anos na geladeira , sem a necessidade de gastos com logística e armazenamento em freezers.

A liberação da fase 3 , a última dos testes em humanos, depende de liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é que 5.300 voluntários participem da etapa final de teste clínico, esperado para começar em 2026, segundo a UFMG. Em caso de sucesso nos testes, a SpiN-Tec deve ser liberada aos brasileiros a partir de 2028, diz a instituição.