Avanço promissor na imunização contra a COVID-19
A vacina Spintec desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está prestes a entrar na última fase de testes clínicos. O imunizante, totalmente nacional, aguarda aprovação da Anvisa para iniciar a aplicação em mais de 5 mil voluntários em diferentes regiões do país.
Segundo os pesquisadores, será necessário diversificar o perfil dos participantes dos testes, com pessoas de regiões como Belo Horizonte, Norte, Nordeste e Sul do Brasil. A expectativa é que os testes comecem no próximo ano.
Tecnologia inovadora e acessível
A Spintec se destaca por usar uma tecnologia diferente das vacinas atuais, como a da Pfizer. Ela tem custo de produção mais baixo, pode ser armazenada em geladeira comum, eliminando a necessidade de ultra freezers e, ao que tudo indica, não precisará de atualizações constantes, como as vacinas bivalentes.
Caso aprovada, a Spintec será aplicada como dose de reforço em adultos de 18 a 80 anos. O uso pediátrico ainda não foi testado.
Baixa cobertura vacinal preocupa especialistas
Embora a COVID-19 não seja mais considerada epidemia, a doença já causou 98 mortes apenas neste ano em Minas Gerais. A baixa adesão às doses de reforço preocupa: apenas 43% dos mineiros tomaram a monovalente e somente 19% a bivalente.
A professora Santuza Teixeira, do Departamento de Bioquímica da UFMG, ressalta que um imunizante nacional pode elevar a confiança da população. “As pessoas precisam conhecer o mecanismo das vacinas, que são seguras e eficazes, principalmente para idosos e crianças”, destacou.
Conhecimento que vai além da COVID
A produção da Spintec também pavimentou o caminho para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças, como malária, leishmaniose e doença de Chagas. O CT Vacinas, vinculado à UFMG, está recebendo investimentos para construir uma nova sede, com capacidade para desenvolver até três vacinas ao mesmo tempo. A previsão de conclusão das obras é 2026.